Grazi vive vilã de comédia e apaixonada

A atriz Grazi Massafera está fazendo sucesso com seu novo personagem, a Deodora, na novela Tempos Modernos, da Globo. A estrela vive sua primeira vilã na história de Bosco Brasil, mostrando um outro lado seu, já que nas suas três novelas anteriores, Páginas da Vida, em 2006, Desejo Proibido, em 2007, e Negócio da China, em 2008, fez mocinhas. Deodora tem exigido muita preparação da sua intérprete, com aulas de artes marciais e treinos de rapel, além de horas gravações ao lado do elenco da trama. A personagem mostrará ao público toda a sua paixão pelo chefe de segurança Albano (Guilherme Weber) e a sua dedicação ao trabalho no Titã, onde comanda os outros seguranças. Provocará boas risadas nos telespectadores em cenas ao lado do amado Albano, seja nas armações ou nos momentos a dois. A vilã de Grazi ainda mostrará a sua frieza no seu figurino, feito pela figurinista Emilia Duncan. As roupas de Deodora são coladas no corpo, mostrando a sua sensualidade e permitindo os movimentos na hora do trabalho, com lycras, transparências e corseletes, tudo inspirado no estilista francês Thierry Mugler, da década de 80, Porém, para usar essas peças, Massafera não teve que perder peso, somente manter a boa forma que já tinha. Confira abaixo a nossa conversa com Grazi Massafera: -Como é a Deodora? - Ela é passional, apaixonada pelo trabalho e tem uma paixão por Albano. Está sempre disposta a ajudá-lo, a qualquer custo. Acho que também se diverte com essa maldadezinha que aprontam. Eles querem dominar o Titã, e quem é o dono, quem construiu o prédio, é o (Antonio) Fagundes. Então, o Fagundes e uma galera estão na mira dos dois. Eu e o Guilherme não podemos ter uma pegada mais forte nos nossos personagens, por conta do horário da trama, são só insinuações. Mas tem que ter uma pegada de comédia, a Deodora é uma vilã de comédia. -Você teve que mudar o visual para a personagem, foi difícil? -Eu tinha esse apego de "ai, vou ter que mudar"... Mas sabe que melhorou? Agora não, eu fui devagar me acostumando com isso. Estou deixando o fio reto, porque a gente entrou em um consenso, de que ela é muito focada, muito simétrica, então o corte de cabelo é mais reto. -O que você acha do figurino da Deodora? -Esse figurino é bem chique, ajuda muito a compor o personagem. A Deodora é muito andróide, meio Blade Runner. Ela luta de salto alto e bota até a coxa. -Você teve que perder peso para usar esse figurino? -Não tive que emagrecer, não. Eu já sou magra, então, se emagrecer mais não dá. Uso muito preto, então... imagina. E a luta também emagrece. Eu também estou tomando proteína. -Como foi a preparação? -A preparação foi muito bacana. O personagem tem a ver com ficção e não com naturalismo, ela parece que está em uma história em quadrinhos. Fiz dois meses de kung-fu, foi uma delícia! Mas eu sempre fico com essa sensação de querer fazer mais, mas nunca dá tempo. A produção de uma novela é muito corrida. Eu vi alguns filmes para tentar entender um pouquinho esse universo. Não sabia bem o que estava procurando, mas só de ver a energia dos personagens, essa natureza, sem prejulgamentos, já foi bom para compor o personagem. A Deodora não deve ter julgamento nenhum, tem quase que uma maldade infantil. Aquela coisa que dá prazer, não é nada muito pesado. -Como é gravar com o elenco de Tempos Modernos? -Está sendo uma delícia. Contracenei com Felipe Camargo, que é maravilhoso, é muito gostoso, é hilário e é generoso. Eu tenho o Guilherme Weber do meu lado. Apesar de já admirá-lo e muito, ele é uma figura em cena, um parceiraço. Para mim ele já está no tom da novela desde a primeira gravação, eu aprendo com ele, é uma delícia. A novela é uma mistura de uma galera da TV e uma galera do teatro, que o Bosco trouxe. Então, nos bastidores é gostoso conversar, trocar ideias, pegar dicas de filmes, livros, alguma peça. Então é bem gostoso. Essa novela vai ficar na memória. -Quanto tempo você costuma gravar? -Ai, não sei, mas vai de oito da manhã as oito da noite, eu gravei 15 dias de domingo a domingo. -Quando você está em casa, você discute com o Cauã Reymond as suas cenas? Ele te dá dicas? -Não. Acho que a hora que a gente está junto o tempo é raro, então, a gente tenta ter uma vidinha de casal. A gente fala disso, claro, não tem como não comentar; a gente vê filme junto, fala sobre eles e de outras coisas. Mas a hora do casal é do casal. -Você tem planos de casamento para 2010? -Eu já estou casada. Pra que o papel? Eu estou bem, estou feliz, está ótimo. -Antes de Negócio da China ir ao ar, as pessoas falavam que você não estava tão bem. Agora, é o contrário, dizem você está indo muito bem, que está surpreendendo. Você sente algum alívio? -Não, não, para mim é a mesma coisa. Eu fico ansiosa, fico nervosa do mesmo jeito, falando bem ou falando mal. Uma coisa é você ter essa cultura e fazer o trabalho, outra coisa é você juntar toda essa cultura tão rápido e colocar na tela. E é ali que eu vou ver onde precisa mexer, tem todo um contexto envolvido. De vez em quando vou ver outros núcleos gravando para perceber qual o ritmo da novela, como está sendo, para me basear e depois eu fazer também. Eu aprendo um pouco com cada um. Passo horas lendo as cenas da Deodora, discernindo onde tem humor, onde não tem, onde precisa de mais trabalho.... -A novela está ligada à tecnologia. Você é tecnológica? -Não muito. Eu prezo os meios convencionais. Eu tenho um Blackberry que me ajuda muito no trabalho. Eu resolvo a minha vida, principalmente as coisas que não dão para esperar chegar até em casa. Isso facilita quando você está com uma folga na gravação e vai resolvendo o que precisa. Não sou muito ligada com a tecnologia, mas com o Blackberry leio e respondo e-mails e fico conectada com o que acontece no mundo.