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Exagero em atividades físicas pode levar à síndrome do overtraining

Moisés Cohen Publicado em 19/04/2006, às 18h29

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Moisés Cohen
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Sabe-se que a prática de atividades físicas regulares, ou seja, pelo menos três vezes por semana, é muito importante para a manutenção da saúde e do bem-estar físico e mental. Mas exercícios repetitivos demais ou em excesso, principalmente sem a orientação de especialistas, representam risco. Podem levar à síndrome do overtraining, também conhecida como lesões por sobrecarga no esporte. Síndrome é um conjunto de sintomas e sinais. A síndrome do overtraining não é nova: é provável que seja tão antiga quanto a história humana. Há registros em séculos passados, por exemplo, de fraturas em soldados pelo excesso de marchas. Mas, à medida que o esporte foi mais estimulado e começou a ser praticado de forma mais competitiva, a síndrome passou a se manifestar com maior freqüência e se tornou possível caracterizá-la como entidade específica. Isso ocorreu, claro, nas três últimas décadas, quando a Medicina teve enorme evolução. O overtrainig ocorre em homens e mulheres de todas as idades. Pode atingir tanto atletas profissionais de alto rendimento quanto pessoas comuns que passam a fazer atividade física de maneira exagerada. Estão mais suscetíveis indivíduos que fazem exercícios intensos com períodos de recuperação insuficientes e os que aumentam as atividades físicas de maneira repentina ou têm intervalos muito pequenos entre as competições. Caracteriza-se o fenômeno quando a pessoa, embora pratique atividades físicas normalmente, passa a ter diminuição no desempenho. A razão é a seguinte: sobrecarga desencadeia uma série de alterações no metabolismo orgânico, o que prejudica o funcionamento do sistema musculoesquelético, do cardiovascular, do neuroendócrino e até das defesas orgânicas. A síndrome não tem sintomas específicos. Os mais comuns são: alterações na freqüência cardíaca e no ritmo menstrual, distúrbios do sono e do apetite, apatia, fadiga excessiva com dificuldade de recuperação entre os treinamentos, irritabilidade, dores musculares persistentes desproporcionais ao nível de treinamento, falta de concentração e suscetibilidade aumentada a infecções. O overtraining pode levar à fadiga, com lesões e rompimentos musculares e dos ligamentos e fraturas ósseas. As partes do corpo mais afetadas variam de acordo com o esporte que se pratica. Naqueles que forçam os membros inferiores, por exemplo, como futebol, salto, vôlei e basquete, é comum o atleta ter problemas na região dos joelhos (como inflamação dos tendões) e nos calcanhares (inflamação no tendão-de-aquiles). Também são freqüentes as fraturas de tíbia e nos pés por stress. Já quem pratica natação, arremesso de pesos e mesmo vôlei às vezes apresenta alterações na estrutura muscular dos ombros e nos tendões que os movimentam (manguitos rotatores). A principal indicação, nesses casos, é dor de intensidade variável. O ideal é prevenir-se. Pode-se evitar a síndrome com algumas medidas básicas. Se você vai iniciar atividades físicas, consulte um médico cardiologista ou fisiologista, de preferência ligado ao esporte, e faça avaliação de sua condição física. A partir daí, um especialista em educação física da academia estabelecerá um cronograma de atividades compatível com a sua situação. É fundamental, também, fazer aquecimento e alongamento antes de iniciar os exercícios; correr sobre superfícies planas e firmes, porém não muito duras; evitar o uso de tênis gastos demais; manter um período adequado de recuperação após os exercícios; exercitar o corpo de maneira homogênea; e evitar sobrecarga nos dias de fadiga acentuada ou nos períodos de recuperação de lesões. À primeira indicação da síndrome, finalmente, vá ao médico. Só ele é capaz de fazer uma avaliação segura do quadro e indicar o tratamento correto.