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Etimologia

por Deonísio da Silva* Publicado em 15/03/2010, às 16h40 - Atualizado às 16h51

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Etimologia
Etimologia
Cemitério: do grego koimeterion, lugar para dormir, pelo latim coemiterium, cemitério, lugar ou terreno onde são enterrados os mortos ou guardadas as cinzas depois de cremados. Há um conceito em muitas religiões de que a morte é só um sono prolongado. E está presente na expressão latina "Resquiescat in pace", "Descanse em paz". Falatório: de fala, de falar, do latim fabulare, mais o sufixo "tório", presente em tantas palavras do português, indicando que são formadas a partir de verbos, como: consultório, de consultar; ambulatório, de ambular, significando caminhar, levar, transportar. Outras vezes o sufixo é reduzido para "ório" apenas, formando-se de outro modo, como em palavrório, vibratório e contraditório. Falatório designa conjunto de falas de muitas pessoas, em sentido pejorativo, que misturam o que não pode e não deve ser falado com o que é necessário e pertinente falar, sem que se possa distinguir o que é verdadeiro do que é falso naquilo que foi dito. Mantô: do latim mantelum, guardanapo, véu, pano que cobre alguma coisa, pelo francês manteau, mantô, roupa feminina e também coisa que abre, garantia. No francês sous le manteau, sob o mantô, é o equivalente elegante ao nosso "por debaixo do pano", com o sentido de clandestino ou ilícito, mas na metáfora do português pode ter tido maior influência não o mantô, mas o pano da mesa de jogo. Originalmente designava vestimenta que se punha sobre outra, para proteção ou defesa contra o frio, em forma de casaco de tecido grosso, o popular sobretudo, assim chamado por ser roupa que se veste sobre todas as outras. Passou a denominar preferencialmente veste feminina semelhante ao manto, posta sobre os ombros, cobrindo também as costas e, por elegância, deixando-se cair aos lados do corpo. Recolher: do latim recolligere, recolher, reajuntar, do mesmo étimo de colher, ler, escolher, pois a raiz comum é leg-, mas mudou de significado e veio a designar ato de ficar sozinho, por vontade própria, para meditar, ouvir música, ler, escrever, como fazem monges e intelectuais, ou por medidas impostas por outrem, como é o caso dos presos nos cárceres, recolhidos à força para o cumprimento de sentenças ou enquanto aguardam julgamento. Recolher significa também arrecadar, porque o agente colhe e recolhe impostos. Sepulcro: do latim sepulcrum, sepulcro, sepultura, túmulo, escrito também sepulchrum, talvez por aproximação com pulcher, lindo, bonito, equivalente ao grego kálos, presente em caligrafia, letra bonita, provavelmente porque os túmulos de pessoas ricas ou importantes com o tempo se transformaram em suntuosos e belos monumentos. Nos primórdios da humanidade, o cemitério, um dos marcos da civilização, pois evidencia o cuidado com os mortos, apresentava sepulturas individuais que passaram a coletivas depois das pestes e epidemias que devastavam vidas em grande número. O evangelista Mateus diz que Jesus comparou os fariseus a sepulcros caiados, belos por fora, mas revestidos de cal, debaixo da qual estavam paredes avariadas que guardavam restos mortais ou corpos em decomposição. Santo Sepulcro designa o lugar em que foi colocado o corpo de Jesus, já que os judeus não enterravam os cadáveres, guardando-os em cavernas ou grutas naturais ou então cavadas na rocha. Tolerância: do latim tolerantia, tolerância, sofrimento, peso, radicado no verbo tolerare, tolerar, suportar, sofrer. Designa atitude de aceitar no outro modos de sentir, dizer, fazer e comportar-se bem diferentes dos que defendemos e às vezes contrários aos que praticamos, com o fim de facilitar o convívio social. Tolerância não é, entretanto, sinônimo de aceitação. Pode designar, como nas guias de multa, diferença ou margem de erro, sempre favoráveis ao infrator, de modo a fixar claramente os excessos proibidos, sem que a tolerância indique complacência com a alta velocidade, por exemplo. Ubíquo: da redução de ubiquidade, do francês ubiquité, onipresença, estar em todos os lugares, palavra formada do latim ubique, advérbio que significa em toda parte. Só Deus é ubíquo, como ensina o Catecismo da Doutrina Cristã na resposta à pergunta "Onde está Deus?": "Deus está em toda parte; no Céu, na Terra e em todos os lugares".