NA CASA COM VISTA DO MAR DE COPACABANA, CIRURGIÃO PLÁSTICO DIZ QUE A ARTE MOVE A SUA VIDA
Redação Publicado em 01/08/2008, às 17h15
por Natália Castro
A estética permeia a vida do cirurgião plástico Paulo Müller (51). E não só no trabalho. Em sua casa, de frente para a praia de Copacabana, Rio, ele se orgulha de colecionar obras de arte. "Passo o dia inteiro operando, onde as pessoas não estão exatamente bonitas. Quando saio, gosto de estar cercado pelo belo. Quero que a minha casa esteja sempre linda", justifica ele, que tem entre as clientes as atrizes Danielle Winits (34) e Vera Fischer (56). Admirador de esculturas, em especial de artistas brasileiros, o médico fez de seu apartamento um lugar para ser admirado. Decorado pela irmã, a arquiteta Márcia Müller (48), o espaço alterna características originais do edifício art déco com obras modernas assinadas por Tunga (55), Antônio Dias (63), Waltércio Caldas (61) e Adriana Varejão (43). A paixão é tão grande que ele confessa já ter realizado cirurgias em troca de obras. "Se for conveniente, por que não?", defende ele, que está solteiro e vive com a governanta Ercy (72), o copeiro e motorista Djaílton (40) e a cadela Branca, da raça buldogue francês.
- A decoração é de sua irmã, mas você fez questão de escolher as obras de arte. Por quê?
- Considero as esculturas e os tapetes algo muito pessoal. Embora eu e minha irmã tenhamos gostos bem semelhantes, prefiro cuidar dessa parte. Para escolher, sou bem criterioso e curioso. E gosto de conversar pessoalmente com o artista, o que, para mim, funciona como um jogo de sedução. Tudo o que tenho comprei assim.
- O que chama sua atenção?
- Adoro pesquisar e tenho visto muitos artistas bons. Gosto da pop art e da arte cinética, em movimento. Trabalhos com fotografia estão ganhando espaço também.
- E de onde veio essa imensa paixão? Você se considera um artista pelo seu trabalho?
- Sempre gostei de arte, mas acho que arte não tem muito a ver com meu trabalho, não. Um artista tem total liberdade para criar. Eu não. Tenho limites. Não posso fazer o que bem entendo no rosto ou no corpo de um paciente.
- Existe a ansiedade para saber como ficou o resultado?
- Existe, sim. Mas o melhor é encontrar a pessoa em um evento social e os outros notarem que ela está diferente, mas sem perceber que fez plástica. Fica sendo um segredo meu com o paciente. Já fiz seis capas da Playboy, mas não conto!
- Ainda fica tenso antes de operar? O que faz depois?
- Não, fico tranqüilo. Para mim, operar é como comer uma fruta. Lógico que existe uma responsabilidade, mas já faço isso Na sala, pintura de Pink Wainer e rosa de Von Poser. No quarto, busto em quadro de Waltércio Caldas. A escultura vermelha de Krajcberg. Na cozinha, Djaílton, Ercy e tela de Valdir Rodrigues. há 20 anos. Depois, gosto de mergulhar no mar e espairecer.
- Já contra-indicou?
- Sim, às vezes aparece gente achando que uma plástica vai resolver todos os problemas da vida. E não é assim. O médico precisa agir como psicólogo.
- Você já fez plástica?
- Já. Fiz uma lipo há 10 anos.
- E como mantém a forma?
- Faço ginástica com um personal e me controlo na alimentação. E uso protetor solar no rosto. Não preciso ser uma fonte inspiradora para meus pacientes, mas também não preciso ser 'desinspirador'.