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No teatro, Caio Blat 'sofre' de felicidade

No teatro, Caio Blat mostra seu talento com um personagem que sofre por ter felicidade em excesso em sua vida. Ao Portal CARAS, o ator conta como embarcou nesse projeto e porque um projeto tão pessoal quanto esse valeu a pena

<i>por Karen Lemos</i><br><br> Publicado em 21/01/2011, às 19h27 - Atualizado às 19h55

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Caio Blat e Cadu Fávero - Divulgação/Guilherme Rozenbaum
Caio Blat e Cadu Fávero - Divulgação/Guilherme Rozenbaum
O novo projeto de Caio Blat é o mais pessoal possível: apaixonado por adaptações clássicas, traduções e histórias dos personagens que habitam o universo do escritor russo Fiódor Dostoievski, o ator embarcou em uma viagem pelo âmago do sofrimento humano para dar vida ao simples Vassia, seu personagem na peça Um Coração Fraco, em cartaz atualmente no Teatro Sérgio Porto, do Rio. O projeto teve início com um convite especial do diretor e adaptador teatral Domingos de Oliveira, amigo de Blat e de sua mulher, a também atriz Maria Ribeiro, que já até dirigiu um documentário sobre a personalidade (intitulado Domingos). "Foi natural me chamarem. Sempre fomos muito próximos, sempre trocávamos adaptações e traduções dos textos de Dostoievski. Quando fecharam essa peça, sobre uma história única de um personagem que sofre de delicadeza e felicidade, aceitei com prazer", contou o intérprete em entrevista ao Portal CARAS. Manco, desajeitado, tímido, moldado para vida sofrida. Assim é Vassia, que por conta de tanta modéstia, não suporta encontrar a sorte em seu caminho. "As coisas começam a dar certo para Vassia. Ele encontra um grande amor, recebe uma promoção no trabalho; a alegria é tanta que ele não consegue lidar com isso. Começa a se boicotar e logo enlouquece", detalhou. Além de Blat, a peça conta com atuações de Cadu Fávero na pele de Arkaddi, amigo que divide o quarto com Vassia, e Isabel Guéron, a bela jovem Lisanka, por quem o protagonista irá se apaixonar. Ao todo, foram dois meses para mergulhar e se acostumar com o universo clássico do escritor russo. "A preparação corporal também foi muito intensa. Vassia é aleijado, isso que tinha que ficar evidente e ao mesmo tempo natural. Precisei de muita concentração", recorda o ator. Entre personagens doentios, com síndrome do pânico, bipolaridade, e frágeis com sintomas como ansiedade e depressão (hoje muito mais estudados pela ciência do que antigamente) - naturais do mundo de Dostoievski, Caio entendeu e conseguiu encontrar as razões de ser do Vassia. "'Um Coração Fraco' é um retrato muito íntimo de uma alma atormentada. Pegar o texto e dizer essa obra como se fosse contemporânea, com uma energia atual, mas sem ficar ultrapassada, acredito que irá fazer o sucesso da peça", torceu.