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Cadu Paschoal: vida real do pequeno dalit

O jovem ator Cadu Paschoal, que vive o dalit Hari em Caminho das Índias, fala sobre o primeiro personagem na TV, carreira, ídolos, namoros, família e próximos trabalhos

<i>Por Priscilla Comoti</i><br><br> Publicado em 10/09/2009, às 15h04 - Atualizado em 11/09/2009, às 14h36

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Cadu Paschoal - TZ / MITU MATSUDA
Cadu Paschoal - TZ / MITU MATSUDA
O ator Cadu Paschoal encantou o público da novela Caminho das Índias, da Globo, ao viver o pequeno dalit Hari, neto de Puja (Jandira Martini), mostrando a vida difícil dessas pessoas na sociedade indiana, além de emocionar a todos com o amor por Anusha (Karina Ferrari), uma menina da casta dos comerciantes. Mas o romance proibido fica só na novela, já que Cadu, com seus 12 anos de idade, contou que já namorou algumas garotas, mas ainda não viveu uma grande paixão como a do seu personagem, só "namorinhos de criança". Estudioso e dedicado na sua carreira, o artista afirma que adora ler e que seus atuais livros de cabeceira são presentes de Jandira Martini e integram a coleção Shakespeare em Quadrinhos: Bravo, Sr. William Shakespeare e Sr. William Shakespeare Teatro. A trama de Glória Perez foi o primeiro trabalho de Cadu na televisão, que já tinha um histórico de comerciais, peças teatrais e cinema. Cadu ficou muito feliz por fazer esse trabalho e ter aprendido um novo jeito de atuar, além de levar lições de vida com as histórias de seu núcleo indiano, como uma bela fala do personagem Shankar (Lima Duarte), sobre sonhos. Confira abaixo trechos da conversa de Cadu Paschoal com o Portal CARAS. -O Hari se apaixonou pela Anusha e quer se casar com ela. Você já se apaixonou? -Assim, paixão, paixão, ainda não. Já tive uns namorinhos de criança, mas nada sério. Ainda não tive um grande amor. -Acredita que um amor pode começar entre duas pessoas assim tão jovens e perdurar até a idade adulta? -Acho que sim, isso pode acontecer sim. -Você sonha em se casar? Como seria a cerimônia? -Sonho sim, mas não imaginei como seria não. -Tem namorada? -Agora não, mas já tive umas 3 ou 4 namoradas. -Teve alguma atividade ou passeio que durante a novela você não fez e agora, com o encerramento, gostaria de fazer? O quê? -Eu queria muito ir para a Bahia, mas por causa das gravações não dava. Mas em outubro eu vou ter uma tarde de autógrafo lá, aí vai dar pra ir. -O que mais te impressionou na cultura indiana? -É até difícil de falar, é totalmente diferente do nosso jeito, é tudo muito novo para nós, mas acho que posso falar o modo de vida deles, isso me impressionou bastante porque são bem diferentes de nós, eles acreditam e vivem de um jeito bem diferente do que estamos acostumados. -Teve alguma cena que você mais gostou de fazer? -Uma cena que eu mais gostei e ao mesmo tempo me senti muito nervoso... Acho na verdade que foram duas. A minha primeira cena, porque era a primeira vez que eu gravava para a televisão; e uma com o Tony (Ramos). Essa era uma cena em que eu nem falava, ele passava perto da Puja enquanto ela estava varrendo o chão e mandava ela sair da frente, e ela saía. Eu fiquei muito nervoso para atuar do lado dele. A minha coach, que ajuda a gente nas gravações, me apresentou para o Tony e eu fiquei um pouquinho mais tranquilo. -O que vai fazer depois da novela? Tem novo trabalho, vai viajar? -Eu vou fazer um filme, que se chama Sudoeste, uma participação. Vou fazer o personagem Ciridoco, ainda não recebi a história dele, mas devo começar a filmar em outubro. E também estou fazendo uma peça no Projeto Escola, Alegria de Viver, que é uma peça infantil em que faço o Dom Morcego. -Essa é a sua primeira peça? Você gosta de fazer teatro? -Não, eu já fiz outras duas peças antes dessa. Gosto sim de fazer teatro, adoro, é muito bom. É totalmente diferente fazer teatro e televisão, no teatro é tudo na hora, a emoção é naquele momento, o público é na hora, você sente tudo ao vivo, o pique é diferente... E na TV é mais calmo, você pode gravar de novo, é mais tranquilo. É difícil distinguir, eu não sei o que prefiro, acho que fico com os dois. -Qual atividade você mais gosta de fazer no seu tempo livre? -O que eu mais gosto de fazer quando não estou gravando é ler, eu leio muito. Um livro que estou adorando é um do Shakespeare em Quadrinhos, que tem as histórias de Hamlet, Romeu e Julieta e A Tempestade. Quem me deu esse livro foi a Jandira Martini, há poucos dias. -O que você vai guardar de recordação do seu personagem? -Eu vou guardar um prêmio que ganhei com ele, o Cap de Ouro (entregue pelo grupo Jornais de Bairros Associados), foi muito bom ganhar esse prêmio com o Hari, valeu muito, esse foi o meu primeiro personagem na TV e já ganhei um prêmio, vai ser difícil de esquecer. -Pratica algum esporte? -Não pratico, eu não gosto muito não. Quando terminar a novela eu quero começar a fazer natação, ainda não sei nadar, vou fazer as aulas para aprender. Enquanto eu estou no teatro, o meu irmão, Carlos Evandro, que tem sete anos, está no futebol, é um caminho totalmente diferente. -Quem é o seu "herói"? -Na verdade os meus heróis, que são a minha família, minha mãe, Maria de Fátima, meu pai, Alcir, e o meu irmão, Carlos Evandro. Porque são eles que sempre estão do meu lado, e me ajudam bastante. -Tem algum ídolo? -O meu ídolo é Deus, eu sou católico e muito religioso. Já fiz a primeira eucaristia e, junto com o meu irmão, sou coroinha da igreja. -Quando você começou sua carreira de ator? -Eu comecei quando tinha cinco anos. Na verdade quem ia começar a trabalhar era o meu irmão, ele tinha um aninho, mas o moço me perguntou se eu também queria fazer e, como eu não conhecia e sou muito curioso, quis fazer e deu certo. O meu primeiro trabalho foi um comercial para o Ponto Frio em 2005, eu devia ter uns 6 ou 7 anos. Já fiz curso de interpretação na Agência TV Arte, em Niterói, e também com o Carrique Vieira. -Hoje você tem 12 anos de idade, quando você crescer, quer continuar a ser ator? -Pretendo continuar sim, quero fazer faculdade de Artes Cênicas e crescer na profissão. E quem sabe até ser um grande diretor. -Tem algum personagem que você um dia gostaria muito de interpretar? -Eu gostaria de fazer um vilão, deve ser bem legal. Uma vilã que eu gostava muito era da Flora, de A Favorita, que tinha os altos e baixos da história, achei muito legal. Na peça que estou fazendo, o meu personagem no começo é um pouco vilão e no final ele acaba bonzinho. -A novela está chegando ao seu fim. Como você gostaria que o Hari terminasse a novela Caminho das Índias? -Eu queria que ele ficasse casado com a Anusha, também isso que está acontecendo com a avó dele, dela ter ganhado a eleição, e que eles realmente quebrem essa história de ser dalit, o preconceito. -Durante os meses que viveu o Hari, você deu vida a todos os seus sentimentos. O que você faria se estivesse na pele do seu personagem? -Eu não mudaria nada, é difícil de pensar. Antes da gente fazer a novela, nós estudamos e pesquisamos muito, tivemos aulas de como comer, dançar, se vestir, para tentarmos entender um pouco mais. É muito difícil me imaginar na pele dele, é diferente, outra cultura. -Como foi fazer essa novela da Glória Perez? Gostou do texto, do elenco, do personagem? -Gostei muito, foi a minha primeira novela e em horário nobre, é um grande presente da Glória para mim. Também teve um grande elenco, eu adorei todos! Eu jamais pensei que o personagem fosse crescer tanto, pensei que as pessoas não iriam entender a parte de ser um dalit, da dificuldade, mas todos entenderam. -Já está sentindo saudades da novela? -Eu não gosto nem de imaginar que chegou no final e vou ter que me despedir de todos, mas como toda novela, chega um dia que acaba. E vai ser uma saudade boa, saudável, eu só tenho a agradecer. -Foi difícil fazer o Hari? -Vou te confessar que não muito fácil não. Foi tudo muito novo, eu não conhecia esse universo da TV, como era gravar uma novela, e também teve a diferença da cultura indiana. E aos poucos, quando fui aprendendo mais, foi ficando mais fácil. Foi uma caixinha de surpresa. -Você teve ajuda dos outros atores com quem você contracenou? -Sim, sempre que eu sinto uma dúvida eu pergunto. O Lima Duarte, a Jandira, o Tony sempre me dão dicas de como fazer uma cena que eu estou com dificuldade. Uma vez com o Lima, assim que surgiu o romance com a Anusha, eu não sabia como falar uma frase e ele disse faz assim que vai ficar melhor ou fala desse modo. Foram todos muito legais comigo. -O que você mais aprendeu com o Hari e que levará para a sua vida? -Acho que em primeiro lugar o respeito com o próximo, saber lidar com as diferenças do outro, e sempre acreditar nos sonhos, porque o Hari sonhava um dia mudar de vida com a avó dele e conseguiu. Eu gosto muito de uma frase de Shankar que é assim: "Primeiro se sonha, para depois concretizar o sonho".