PRÊMIO BAFTA INSPIRA DESFILE RELUZENTE NO TAPETE VERMELHO E LAUREIA ALGUNS DOS VENCEDORES DO OSCAR
Redação Publicado em 05/03/2008, às 17h20
A Inglaterra tem seu Oscar também: o prêmio Bafta (British Academy of Film and Television Arts), que neste ano reuniu uma constelação internacional para a noite de gala no Royal Opera House, em Covent Garden. Na contramão do Oscar, que leva os atores ingleses para Hollywood, o Bafta atraiu astros americanos, e de outros países europeus, para Londres. Foi um encontro reluzente, que deixou claro o que todo mundo já sabe: tapete vermelho é lugar para resplandecer.
Prata e ouro apareceram em várias versões, além de um ousado longo azul-turquesa, desenhado pelo estilista sul-africano Marc Bouwer para a inglesa Emily Blunt (25). A francesa Marion Cotillard (32), que chamou atenção por seu figurino no Oscar - vestindo modelo Jean-Paul Gaultier divertido e ousado em estilo sereia com escamas brancas, foi das poucas que tiraram a festa da mesmice -, mostrou outra vez que nasceu para roubar a cena. Ainda privilegiando os franceses, reluziu com um Chanel Haute Couture metálico de inspiração grega, mostrou as pernas, e mais: levou o prêmio de Melhor Atriz por sua atuação sublime em Piaf: Um Hino ao Amor, repetindo o feito do Oscar. Com tanto reconhecimento nesta temporada, ela é a novidade mais refrescante das telas e tapetes vermelhos.
Duas jovens atrizes, uma americana e outra inglesa, atraíram todos os flashes para a sua direção: Kate Hudson (28), de vestido longo Dior e jóias Bulgari, brilhou da cabeça aos pés; Keira Knightley (22), indicada ao troféu de Melhor Atriz por Desejo e Reparação, recorreu ao seu tempo de modelo e desfilou com muita desenvoltura um lindíssimo vestido Valentino. Em várias categorias, a premiação coincidiu com o Oscar: o Melhor Ator também foi Daniel-Day Lewis (50), de Sangue Negro, que repetiu o figurino nas duas festas, smoking com friso marrom e argola nas duas orelhas; o espanhol Javier Bardem (38) foi o Melhor Ator Coadjuvante por Onde os Fracos Não Têm Vez; e a britânica Tilda Swinton (47) a Melhor Atriz Coadjuvante, por Michael Clayton.
Mulher estilosa, de visual interessante e andrógino e origem aristocrata - ela freqüentou o mesmo colégio interno da princesa Diana (1961-1997) -, Tilda cometeu um dos pecados fashion da noite. Apesar de escolher certo a grife, Dior, não foi feliz na opção pelo modelo dourado com enfeites pretos que davam a sensação assustadora de um ataque de aranhas africanas. Os irmãos Joel (53) e Ethan Coen (50) venceram outra vez como Melhor Diretor, assim como Diablo Cody (29), prêmio de Melhor Roteiro, por Juno. Ex-stripper e ex-atendente de sexo por telefone, Diablo provou que ama estampa de onça: foi com dois vestidos praticamente idênticos ao Oscar e ao Bafta.
A Dior foi a grande vencedora do tapete vermelho: além de Tilda Swinton e Kate Hudson, desfilaram looks de John Galliano (46) Jessica Biel (25), Sienna Miller (26) e Eva Green (27). As duas últimas, aliás, escolheram vestidos pretos enviesados notadamente parecidos. A atriz chinesa Wei Tang (28), derrotada pelo ator Shia LaBeouf (21) na categoria Revelação, a que também concorria Sienna, escolheu um modelo com estampa preta-e-branca saído direto da coleção outono/ 2008 assinada por Jason Wu (23).
O prêmio discrição ficou com a britânica Rosamund Pike (29), com modelo comportadíssimo azul-royal de RM por Roland Mouret. Já a merecedora do troféu ousadia foi a modelo sueca Victoria Silvstedt (33). O decote de seu arejadíssimo vestido branco quase encontrava com a fenda lateral. Mas foi Marion Cotillard que, após aparecer transfigurada na sofrida biografia de Édith Piaf (1915-1963), despiu a maquiagem premiada - obra de Jan Archibald e Didier Lavergne - para mostrar por baixo dela uma mulher jovem, linda, sorridente e aventureira. A estrela francesa não tem medo de ousar, tem corpo para vestir o que quiser, elegância e frescor para carregar qualquer modelo. Seus discursos de agradecimento também têm sido os mais autênticos dos últimos tempos. "Uau, uau, uau!", ela disse, com a voz trêmula de emoção. "Foi uma incrível aventura. Eu amei cada segundo das filmagens. Estou chocada. Você nunca pode esperar nada parecido quando está rodando um filme francês."