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A que se deve o recente surto de rubéola em 19 Estados brasileiros

Paulo Olzon Monteiro da Silva Publicado em 16/01/2008, às 14h54

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Paulo Olzon Monteiro da Silva
Paulo Olzon Monteiro da Silva
A mídia divulgou no dia 3 que a rubéola teria impedido um jovem goiano de 23 anos de participar do Big Brother Brasil. A mesma mídia, aliás, deu destaque nos últimos meses a um surto da doença em 384 municípos de 19 Estados. Trata-se, segundo as informações, do maior surto dos últimos cinco anos no Brasil. De acordo com balanço divulgado em 26 de novembro pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, houve até o final daquele mês 5 502 casos de rubéola. Os mais atingidos foram o Rio Grande do Sul, com 1 594 casos; o Rio de Janeiro, com 1 554; São Paulo, com 793; o Ceará e a Paraíba, ambos com 310; o Distrito Federal, com 250; e Minas Gerais, com 186. Cerca de 70% dos doentes são do sexo masculino, sendo 53% com idade entre 20 e 29 anos, 18% de 30 a 39 anos e 12% de 12 a 19 anos. A rubéola é causada por vírus. O organismo humano pode se tornar imune a ele de duas formas: tendo a doença, o que era freqüente no passado, ou tomando a vacina, disponível no país desde 1966. A vacinação é que diminuiu o número de casos de rubéola na população nas últimas décadas. Hoje ela está controlada no país, mas ocorre anualmente um pequeno número de casos - é normal - que perpetuam o vírus em especial nas grandes cidades. O surto recente deveu-se, possivelmente, a pessoas - sobretudo do sexo masculino - que viviam isoladas em locais distantes onde nunca tiveram contato com o vírus nem foram vacinadas e migraram para aquelas cidades. Não há motivo para preocupação. O surto é autolimitado, ou seja, aos poucos o vírus será controlado pelo fato de que a maior parte da população já teve a doença ou foi vacinada até nas campanhas de emergência realizadas recentemente. A rubéola é uma doença contagiosa, de transmissão respiratória: o vírus pode ser passado de uma pessoa para outra pelo ar. Depois de entrar pelo nariz ou pela garganta, fica incubado por 14 a 21 dias. Só uma parte dos infectados desenvolve a doença. Os sintomas são: febre, dor de garganta e de cabeça, irritabilidade e mal-estar. Então aparecem pequenas manchas vermelhas no rosto e no pescoço, que vão em seguida para o tronco e, depois, para os membros superiores e inferiores. Outra indicação é inflamação e dor nos gânglios da nuca e atrás das orelhas. Essa, aliás, é a diferença da rubéola para outras moléstias. São comuns ainda dor nas articulações, sobretudo das mãos, e ardor nos olhos. Não há remédios específicos para rubéola. Controlam-se apenas os sintomas com analgésicos e antitérmicos. O próprio organismo se encarrega de anular a ação viral. Felizmente, em três a sete dias a pessoa está curada. Rubéola em grávida, porém, pode ser grave, causando nos primeiros três meses de gravidez aborto e malformações no feto. É comum os filhos de mães infectadas nascerem com problemas cardíacos, oculares e surdez, devido às lesões no ouvido. Diante do recente surto da doença, pais devem ficar atentos e vacinar os filhos nos períodos indicados pelo pediatra. Mulheres que não foram vacinadas têm de fazê-lo antes do casamento ou pelo menos um mês antes de engravidar. Isso vale, aliás, para todos que não foram vacinados e não tiveram a doença. Pessoas que não sabem se estão imunizadas podem descobri-lo com exame de sangue.