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Etimologia

por Deonísio da Silva* Publicado em 16/05/2011, às 20h12

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Etimologia
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Arbitragem: do francês arbitrage, ação de arbitrar, por influência do francês na diplomacia, mas com raízes no latim arbitrare, observar, examinar, julgar, verbo ligado a arbitre, testemunha, e arbitrium, testemunho. No futebol, a arbitragem é ainda tarefa preferencialmente masculina. Mas a Fifa, sigla da Fédération International de Footbball Association, vem se adaptando aos novos tempos com rapidez, pela presença da mulher no futebol, não mais como torcedora, mãe, mulher ou irmã do atleta apenas, mas também como jogadora em campo. O bandeirinha agora pode ser a bandeirinha, e o árbitro a árbitra. Na Copa do Mundo de 2011, a ser realizada na Alemanha, o futebol feminino contará com duas árbitras sul-americanas, entre as 16 convocadas: Etela Alvarez (33), da Argentina, e Silvia Reys, do Peru. A África será representada por Therese Neguel (29), de Camarões. Não haverá árbitras brasileiras. Federação: do latim foederatio, do mesmo étimo do verbo que exprime a relação sexual e é palavrão, pelo francês fédération, designando aliança, associação de Estados, instituições ou clubes afins, de que é exemplo a mais famosa federação do mundo, a Fifa, fundada em Paris, a 21 de maio de 1904, que conta com 208 federações nacionais. A Argentina filiou-se à Fifa, em 1912. O Brasil apenas em 1923. Manifestante: de manifestar, do latim manifestare, cujos étimos indicam trazer alguma coisa na mão, mostrar, declarar. Os manifestantes vêm se transformando em revolucionários sem armas. Carregam flores, câmeras, cartazes e depois declaram ao mundo o que houve nas manifestações. Na Geórgia, em 2003, manifestantes portando rosas interromperam uma cerimônia no Parlamento e pediram a renúncia de Eduard Shevardnaze (82), que deixou o poder no dia seguinte. Em 2005, houve revolta popular no Líbano e o movimento chamou-se Revolução dos Cedros: o cedro é a árvore-símbolo do país. Na Tunísia, entre 2010 e 2011, um homem ateou fogo às próprias vestes, depois da apreensão de sua barraca de frutas, deflagrando a Revolução de Jasmim, flor-símbolo do país. Em 2011, influenciados pela revolta na Tunísia, manifestantes egípcios fizeram a Revolução de Lótus, flor-símbolo do Egito. Impropriedade: do latim improprietate, declinação de improprietas, que não tem propriedade. Exemplos de impropriedade em língua portuguesa estão ligados a incorreções, a lapsos, deslizes e mesmo a absurdos. Um político anuncia que é urgente criar novas oportunidades. Por que novas? Não é errado, mas é uma impropriedade. Tudo que se cria é novo. Um ministro diz que as despesas com gastos aumentaram. Mas despesas e gastos são sinônimos. Outro denuncia o monopólio exclusivo. Se é monopólio, já é exclusivo. Já a expressão prefeitura municipal, sempre tida como exemplo de impropriedade, não o é, dependendo do contexto. O império romano tinha prefeituras, assim como universidades ainda as têm. E, nos internatos e seminários, o prefeito era quase sempre um padre, ainda que não se aludisse à prefeitura. Próprio: do latim proprius, tendo também o significado de particular, estável, perene. O professor viajou de carro próprio, isto é, com automóvel que lhe pertence. No Brasil, temos a figura da casa própria, que reforça a ideia de que a moradia pertence ao dono, que a adquiriu ou está pagando por ela. Próprio tem também o sentido de adequado, como em "a situação não é própria para brincadeiras". Outras vezes reforça aquele de quem se fala, como em "o próprio diretor disse isso". Outro uso comum é para designar o nome de pessoas, entes, lugares. Neste caso, em oposição ao substantivo comum, o nome próprio tem sempre as iniciais maiúsculas: Pedro, Maria, Lua, Sol, Plutão, Zeus, Paris, Londres. Revolta: de revolto, do latim revoltus. Com o "o" pronunciado fechado é adjetivo, masculino de revolta, como em cabelo revolto. Com o "o" aberto, é sinônimo de revolução, insurreição, rebelião. Historicamente as revoltas populares partiram ou se transformaram em movimentos armados. As flores serviram a diversas dessas revoltas. Em 25 de abril de 1974, em Lisboa, uma florista que levava cravos para um hotel deu um deles a um dos soldados que já estavam nas ruas. E este colocou a flor no cano do fuzil.