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TV / Denúncia

Mulher que denunciou Felipe Prior faz relato forte sobre o caso: 'Eu gritei'

Fantástico exibe entrevista com mulher que denunciou Felipe Prior na justiça e mostra relato da noite traumática

CARAS Digital Publicado em 17/07/2023, às 07h42

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Mulher que denunciou Felipe Prior faz relato forte sobre o caso - Foto: Reprodução / Instagram; Globo
Mulher que denunciou Felipe Prior faz relato forte sobre o caso - Foto: Reprodução / Instagram; Globo

Atenção: este texto contém um relato forte de violência sexual. Caso tenha algum problema com o assunto, recomendamos que interrompa a leitura. Se você passou por alguma situação semelhante, denuncie pelo 180. 

Na noite deste domingo, 16, o programa Fantástico, da Globo, exibiu uma entrevista com a mulher que denunciou Felipe Prior por estupro. Ele foi condenado na Justiça a seis anos de prisão em regime semiaberto, mas ainda pode recorrer em liberdade e seus advogados alegam inocência.

No relato, a mulher revelou detalhes de como foi a noite traumática em que teria sido vítima de estupro no ano de 2014, quando tinha 22 anos de idade e estudava na mesma faculdade que ele em São Paulo. O relato é forte.

A mulher contou que pegou uma carona com ele após uma festa. No caminho para a sua casa, ela contou que ele parou o carro e a estuprou. "Quando a gente estava indo em sentido a minha casa, ele parou o carro no meio da rua. Ele foi para o banco de trás e me puxou. E desafivelou meu cinto, começou a me beijar. E aí ele foi para o banco de trás e me puxou, começou a tirar minha roupa. À medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei, Felipe, eu não quero, não quero. Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo. 
Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Proferiu umas frases muito... Ele começou a falar para eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria. Que agora não era hora de falar que não. E começou a forçar a penetração", disse ela. 

Então, ela desabafou: "Quantas vezes eu preciso falar 'não' para a pessoa entender que ela está me machucando? Que ela está me violentando? Ele é muito mais forte que eu. Então eu não tinha como sair dessa situação. Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue. Foi o susto que ele teve que levar para parar a situação. Porque fez uma poça de sangue no carro dele, nele. Ele perguntou se eu queria ir para o hospital. Aí eu falei que não, que eu só queria ir para minha casa. Quando eu cheguei na minha casa, eu fui direto para o banheiro. Fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar. E aí ela deu uma olhada no machucado, levantou e falou, a gente vai pro hospital"

A reportagem disse que a médica diagnosticou uma laceração na região íntima dela. Então, a mulher continuou o seu relato sobre o que aconteceu no hospital e no dia seguinte. "A médica me perguntou diversas vezes, perguntou para minha mãe, o que que é que de fato tinha acontecido, que lá era um lugar seguro, que eu podia confiar nela, que era necessário falar a verdade, mas eu não quis falar. O Felipe, no dia seguinte, me mandou uma mensagem. Perguntando como eu estava. E eu falei que eu estava machucada, que tinha feito uma ferida e pedi para ele não contar para ninguém. E eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação", afirmou. 

Ao ser questionada se via que era uma vítima de abuso sexual, ela negou. "Não, eu não me via assim. Eu achava que eu ia conseguir apagar isso da minha vida e seguir em frente, como se nada tivesse acontecido. Mas isso não aconteceu. Eu tive crise de pânico, crise de ansiedade, agravaram muito mais a minha situação psicológica", afirmou ela, que passou a se ver como vítima anos depois. "Eu só decidi denunciar tudo o que aconteceu depois que eu comecei a receber das minhas amigas prints de tweets de outras mulheres falando que tinham sido abusadas e violentadas por ele", finalizou. 

A defesa de Felipe Prior

Logo depois que a notícia da condenação se tornou pública, os representantes de Felipe Prior emitiram uma nota dizendo que ele era inocente e que iriam recorrer da decisão da justiça.

"Através do presente comunicado, com pesar, mas profundo respeito, a Defesa de Felipe Antoniazzi Prior recebeu informações pelos meios de comunicação, da sentença de procedência da ação penal. A qual inclusive sequer foi publicada e se encontra em segredo de justiça. A sentença será objeto de Apelação, face a irresignação de Felipe Antoniazzi Prior e sua Defesa, que nele acredita integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência e de que, em sede recursal, lograr-se-á sua reforma, em prestígio à Justiça, reconhecendo-se sua legítima e verdadeira inocência, que restou patentemente demonstrada durante a instrução processual", informaram. 

E completaram: "Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior, repisa-se ser esse seu status cívico e processual, à luz da presunção de inocência, impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático de Direito, como o pátrio, respeito, em primazia ao inciso LVII, do artigo 5º, da Constituição Federal brasileira que preconiza que “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, para que não se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso país”