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A estilista Tory Burch exalta Yves Saint Laurent e inaugura loja no Brasil

Criadora das famosas sapatilhas ballet flats fala com exclusividade à CARAS Fashion

Redação Publicado em 26/06/2012, às 15h07 - Atualizado em 18/02/2013, às 06h38

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A badalada estilista americana Tory Burch - Jason Kibbler
A badalada estilista americana Tory Burch - Jason Kibbler

A marca americana que desfila na Semana de Moda de Nova York e conquistou as fashionistas dos pés à cabeça desembarcou há pouco no Brasil. Na última semana de maio, no Shopping Iguatemi, em São Paulo, foi inaugurada a primeira loja Tory Burch da América Latina. A segunda acabou de ser aberta, no dia 22 de junho, junto com o shopping JK, também na capital paulista. Além das disputadas ballet flats – as sapatilhas com o logotipo da grife –, a marca vende roupas, bolsas, joias. E como a própria designer, CEO e mãe de família Tory Burch nos disse em entrevista exclusiva, “lançamos um conceito de estilo de vida”. Com bom gosto e tino para os negócios, Tory percebeu um espaço no mercado e criou sua própria companhia.  Hoje, ela vende para o mundo todo, inclusive para os brasileiros. Leia, a seguir, o nosso bate papo com ela.

Você lançou sua marca homônima em 2004. Qual era a sua experiência com moda antes disso?
Trabalhei por 15 anos para companhias fantásticas como Ralph Lauren, Vera Wang e Loewe. Cada um desses lugares me deu uma perspectiva diferente da indústria, desde o marketing e a publicidade até a importância do caimento e da silhueta. Aprendi sobre tudo o que é preciso para administrar um negócio e uma marca de sucesso.

Como foi o começo da marca Tory Burch? Hoje, quantos pontos de venda vocês têm?
Percebi que estava sentido falta de algumas coisas no meu closet – peças benfeitas, bem desenhadas e que tivessem preços mais acessíveis. Esse foi o pontapé inicial da companhia. Criei um livro inspiracional do que eu pensei que nossa marca poderia ser – uma coleção de lifestyle com múltiplas categorias de produtos. Em 2004, começamos com uma boutique em Nova York e hoje temos cerca de 70 lojas em todo o mundo e mais de mil pontos de distribuição. Isso está além de qualquer coisa que eu poderia ter imaginado.

Você sabe costurar? Ou você sempre foi “apenas” o cérebro do negócio?
Na verdade, não tenho nenhum curso formal em design, mas aprendi trabalhando. Adoro ser CEO e designer porque posso atuar em ambos os lados da empresa, o do negócio e o criativo.

Você começou fazendo roupas. O que esperava quando criou sua própria coleção?
Lançamos um conceito de estilo de vida com mais de dez categorias, incluindo ready-to-wear, bolsas, sapatos, joias, velas, toalhas e biquínis e maiôs. Nossa visão, desde o início, foi criar peças atemporais, lindas e que não custassem uma fortuna, como um bonito trenchcoat ou uma camiseta de cashmere.

Quando veio a linha de acessórios?
Desde que abrimos nossa primeira loja na Elizabeth Street, em Nova York, já havia bolsas, sapatos, artigos de couro, joias e acessórios como cintos e chaveiros. Existem ainda alguns acessórios nos quais nos interessamos, como relógios, mas por hora estamos focados nas categorias existentes.

Qual é sua marca registrada, sua principal característica como designer?
Ficamos conhecidos por usar cores fortes, estampas, detalhes especiais e elementos meio “moleca”. Dito isso, queremos sempre que a coleção evolua sendo fiel à nossa marca.

O que te inspira na sua profissão? Como é o seu processo criativo?
A inspiração está em todo lugar – essa é a parte fácil. No começo de cada estação, nós reunimos amostras de tecido, fotos da minha câmera, trabalhos de arte, still de filmes, músicas – realmente tudo o que nos chamou a atenção. Colocamos num mural e, aos poucos, o “clima” da coleção vai aparecendo. Desenhamos cada categoria de uma vez e vamos editando daí.

Quem são seus ídolos na moda?
Existem vários designers talentosos que eu admiro – Jack e Lazaro, da Proenza Schouler, Alber Elbaz, Phoebe Philo, Erdem Moralioglu... Mas se eu tivesse que nomear apenas um, seria Yves Saint Laurent.  Ele é um dos grandes estilistas de todos os tempos e tem sido a maior inspiração para mim.

Como você administra sua carreira e seu lado materno?
Tenho três enteadas e três meninos – os gêmeos têm 15 anos e o outro, 11. A verdade é que é difícil equilibrar isso, mas eu descobri um jeito de tornar tudo mais manejável priorizando, focando e criando limites. Meus filhos vêm em primeiro lugar e todo o resto vem depois deles.

Além do fato de ser designer, como você lida com a moda na sua vida? O que costuma vestir? Quais são suas peças preferidas?
Em termos de moda, gosto de misturar diferentes designers e preços. Posso usar qualquer coisa, desde um casaco clássico até um look todo estampado. E uma das minhas peças favoritas é um pendente de girassol que meu pai fez para a mãe dele e passou para mim.

Li que você transformou “o que poderia ser julgado um projeto vaidoso de uma socialite em um marca de moda viável”. Concorda com isso?
Não encaro desse jeito. Cheguei onde estou hoje com uma ideia única, muito trabalho duro, longas horas e uma equipe fantástica.

O que você mais gosta na moda, não só como profissional, mas como mulher?
Amo a criatividade e a expressão pessoal. É excitante pegar diferentes peças e misturá-las de um jeito que é só seu.

E o que te deixa mais orgulhosa em relação à sua trajetória?
Com certeza, minha família.


Por Camila Carvas

ccarvas@caras.com.br