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Especialista em tendências têxteis antecipa como será o Inverno 2013

Em visita ao Brasil, Pascaline Wilhelm, da conceituada Première Vision, conta que a estação será marcada pela irreverência, pelas cores 'cheias' e pela mistura de tecidos

Camila Carvas Publicado em 06/07/2012, às 18h37 - Atualizado em 18/02/2013, às 07h12

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Pascaline Wilhelm, diretora da Première Vision - Divulgação
Pascaline Wilhelm, diretora da Première Vision - Divulgação

Antes mesmo de Nova York e Paris, ontem o Brasil soube quais serão as principais tendências de moda para a estação Outono-Inverno 2013. Quem nos contou esses detalhes foi a francesa Pascaline Wilhelm, diretora da Première Vision, considerada a mais importante feira têxtil do mundo. Pascaline veio a São Paulo porque, entre os dias 4 e 5 de julho, aconteceu na cidade a 6ª edição da Première Brasil. A feira foi prestigiada pelos estilistas Ronaldo Fraga, Eduardo Pombal (Tufi Duek), Thaís Gusmão, Walter Rodrigues e Paulo Emílio Mouchrek (Morena Rosa).

Segundo Pascaline, para o frio de 2013, podemos esperar quase uma moda de contos de fadas. Cheia de fantasia, mistério e irreverência. Falou-se – e viveu-se – muito a virtualidade nos últimos tempos. Por isso, agora, o homem sente a necessidade de algo mais concreto, palpável. Quer contar histórias. A moda entra nessa onda e torna-se mais humanizada e sentimental. Há profundidade tanto no que diz respeito às cores quanto às ideias. Menos futilidade e extravagância.

Voltam os lilases, os violetas e os roxos que, por vezes, se misturam com azuis e vermelhos. As cores são cheias, impregnadas de pigmentos, e estão mais distantes da luz, como acontece no verão. O dourado e o prata dão lugar aos acobreados e surgem tons mais suaves, glaciais. A luminosidade vem dos tecidos luxuosos.

E se antes comemorávamos a descoberta de tecidos cada vez mais leves, agora a balança parece pender mais para o outro lado. A noção de densidade ganha espaço – e peso. A roupa abraça, envolve. A mão do homem também ganha destaque e volta a ser o centro da criação. E o marketing redescobre o segredo, o mistério, o código. As coisas não são mais expostas a todos, há um desejo de privacidade, exclusividade. Mas não se trata só de separar os grupos, mas de se preservar. Na moda, as roupas aparecem mais fechadas, mas ainda muito sensuais.


Pode-se esperar também uma colagem de eras, uma conversa entre passado e futuro. Mas sem um olhar muito sério. O ornamental é muito importante! As pinturas épicas, tapeçarias antigas, o barroco e o art déco são fontes de inspiração para o look estampado da cabeça aos pés. A silhueta feminina pega carona nesse universo fantástico e aparece estruturada e cheia de sobreposições, misturando tecidos, texturas e estampas. São veludos, jacquards, sedas transparentes e opacas, lã e linho, guipures, matelassês, malhas, peles e rendas.

Há muita graça, conforto e boas sensações. O toque é fundamental. O desejo e as tentações também. Daí o excesso de tecidos, as lavagens delicadas que revelam a luz, a fluidez generosa e sexy. E, para os homens, a fantasia se resguarda nos detalhes, no avesso. Os forros chamam a atenção com estampas, xadrezes, cores e flores. Há um certo espírito caloroso, brincalhão, nesse inverno.  Até os fios são estampados! E as cidades viram camuflagens e inspiração. Uma pena que ainda falte um ano para sermos personagens dessas histórias!

Por Camila Carvas

ccarvas@caras.com.br