CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Big Brother / POLÊMICA

BBB 23: Houve intolerância religiosa no reality? Relembre o caso

Em conversa no BBB 23, Cristian, Key Alves e Gustavo disseram ter 'medo' de Fred Nicácio, que estava rezando durante a noite

por Mariana Arrudas

marrudas_colab@caras.com.br

Publicado em 28/02/2023, às 17h03 - Atualizado em 07/02/2024, às 08h40

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Fred Nicácio, Key Alves, Gustavo e Cristian, participantes da 23ª edição do BBB - Foto: Reprodução/Globo
Fred Nicácio, Key Alves, Gustavo e Cristian, participantes da 23ª edição do BBB - Foto: Reprodução/Globo

Em meio às brigas por comida e celular, a 23ª edição do BBB trouxe à tona o debate sobre a intolerância religiosa. A polêmica envolveu Fred Nicácio, adepto do Candomblé, que foi vítima de preconceito durante uma conversa entre CristianKey Alves Gustavo Cowboy. Após a repercussão do caso, a equipe do médico afirmou que tomaria medidas judiciais cabíveis.

Para o advogado José Estevam Macedo é necessário avaliar, judicialmente, as atitudes e ações do BBB 23dentro de um contexto, sem destacar apenas parte de conversas ou vídeos, analisando assim todo o fato ocorrido. "A emissora tem como proposta justamente essa exposição dos participantes e é exatamente isso que se pretende, objetivando chamar a atenção do público."

O especialista em crimes virtuais ainda afirma que as atitudes dos participantes podem ser afetadas pelo confinamento, já que todos são levados aos seus extremos. No entanto, para Eder Serafim, advogado e procurador jurídico, as condições às quais os confinados são expostos no reality show não legitimam qualquer ato de preconceito ou violência.

Leia também: Eliminado do BBB, Luigi revela projetos para 2024: 'Quero muita coisa'

O especialista afirma que a conversa de Cristian, Key e Gustavo poderia ser até considerada, histórica e judicialmente, como uma prática de racismo religioso, ou até mesmo racismo geral, um crime inafiançável.

"[Na conversa] eles começam a rir, inventam situações, pelos simples fato dele invocar os Orixás dele, o que o Fred Nicácio não fez naquele momento. É uma questão que vem há muito tempo, logo que aboliram a escravatura no Brasil, os negros foram proibidos de praticar sua fé religiosa."

Serafim ainda explica, em entrevista à CARAS Brasil, que a equipe do médico poderia ter entrado na Justiça imediatamente, já que o crime aconteceu em flagrante, e acrescentou que a advertência da emissora não foi o suficiente para resolver o caso.

"Além de ter sido consumado, há toda uma probatória, com imagens e áudios mostrando que cometeram o crime. No meu entender como jurista, o flagrante já estava consumado. Os três deveriam ter sido retirados imediatamente da casa. Falta um letramento racial na nossa sociedade."

Estevam acrescenta que "aintolerância com toda certeza e clareza deve ser combatida pelas autoridades policiais e judiciarias, não podendo o Estado democrático de direito permitir o apoio a discriminação e desigualdade", alertando sobre as opiniões vindas dos internautas na internet, que, segundo ele, podem não ter embasamento jurídico.

RELEMBRE O CASO NO BBB 23

No diálogo, que aconteceu perto da piscina da casa mais vigiada do Brasil, o empresário gaúcho afirmou que o médico teria feito uma espécie de trabalho espiritual na madrugada contra o casal que se formou no Big Brother Brasil 23. "Acordei e ele estava parado na frente da cama de vocês. Não sei o que ele fez, estou cagado de medo", disse.

"Eu falei que não estou louca. Vou apertar o botão, não fico aqui com isso acontecendo", respondeu a jogadora de vôlei. Após a conversa, internautas apontaram a intolerância e equipe de Nicácio se posicionou, afirmando que iria tomar medidas judicialmente cabíveis contra os três. "Mais uma vez a religião de Fred sendo vista como por algo ruim entre os participantes, e a intolerância religiosa sendo nítida, até quando? É crime!".

Após a repercussão do caso na web, o apresentador do reality Tadeu Schmidt usou o espaço da edição ao vivo para dar um recado para os participantes sobre a liberdade religiosa no Brasil e no BBB 23. Ele conversou sobre os brothers sobre as religiões deles e pelo que eles rezam. Então, ele deixou o seu recado.

Vocês já repararam na diversidade religiosa que tem nessa casa? Aqui tem católico, evangélico, gente acredita em tudo, tem gente que acredita em tudo, tem gente que não tem religião, tem gente que pratica, tem gente que não pratica a religião."

"Cada um com sua crença e respeito tem que estar acima de tudo, né? Todas as religiões tem o nosso respeito, todas! Nenhuma religião é melhor do que as outras, nenhuma religião é pior do que as outras, não tem religião do bem, não tem religião do mal, todas têm os mesmos direitos, todas têm a nossa admiração, é assim no Brasil e é assim no BBB.