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Bem-estar e Saúde / ATENÇÃO!

PMMA: Uso indiscriminado para fins estéticos merece alerta público

Em entrevista à CARAS Brasil, o cirurgião plástico Nicola Biancardi diz que o PMMA encanta os pacientes por resultados esteticamente perfeitos

Especialista diz que o PMMA nos glúteos deve ser restrito a procedimentos corretivos - Freepik
Especialista diz que o PMMA nos glúteos deve ser restrito a procedimentos corretivos - Freepik

Na semana passada, a morte da influenciadora digital Aline Maria Ferreira da Silva, de 33 anos, em Goiânia, após fazer um procedimento estético para aumentar as nádegas, com a aplicação de PMMA, levantou novamente a gravidade do uso indiscriminado de substâncias definitivas como Polimetilmetacrilato para fins estéticos. Em entrevista à CARAS Brasil, o cirurgião plástico Nicola Biancardi faz um importante alerta sobre o assunto.

Segundo o especialista, o PMMA, como é amplamente conhecido, trata-se de um componente plástico, que deve ser diluído para se tornar forma líquida/viscosa, para que possa ser injetada. “As concentrações variam de 15-30% de PMMA em seringas de 1 - 3ml; sendo para cada concentração exige um local de colocação diferente”, informa. “Por ter um baixo custo se comparado a outros preenchedores, e por ser definitivo, muitos pacientes se encantam com seus resultados esteticamente perfeitos”, emenda.

De acordo com Biancardi, no Brasil, o uso do PMMA é regulamentado para tratamento de condições específicas, tais como correção de lipodistrofia. “Que é uma alteração no organismo caracterizada pela distribuição anormal de gordura, devido ao uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), e para correção volumétrica facial e corporal”, diz.

E continua: “A Anvisa esclarece que o PMMA não é contraindicado para aplicação nos glúteos com o objetivo de correção estética. No entanto, é importante ressaltar que não há indicação específica para aumento de volume, seja corporal ou facial, utilizando este material”.

Segundo o cirurgião, essa distinção é crucial, pois o uso do PMMA nos glúteos deve ser restrito a procedimentos corretivos para melhorar a simetria ou tratar irregularidades específicas, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Anvisa. “A maior discussão sobre o PMMA está em ser um produto definitivo com possibilidade de complicações graves agregadas quanto ocorre”, fala.

As principais complicações do uso do produto no subcutâneo incluem, ainda de acordo com o especialista, infecções com formação de filme de bactérias que necessita remover todo o produto cirurgicamente, podendo levar a infecções generalizadas graves; migração do produto para vasos ou artérias causando obstruções e até Tromboembolismo pulmonar, sem antídoto para dissolver ou remover o produto; quadros inflamatórios locais e a distância a longo do tempo.

“A não possibilidade de retirada do produto e associação com complicações, quando ocorrem, em maioria graves, faz com que o PMMA seja um recurso técnico permitido para as indicações devidas. Para os tratamentos de contorno corporal estéticos, o ideal são produtos que possam ser retirados ou que sejam bio compatíveis, como os estimuladores de colágeno e o Ácido Hialurônico”, finaliza.