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No dia 25, os cristãos celebram o nascimento de Jesus, do latim Jesus e do grego Iesôus...

...Na data, é costume a troca de lembranças, de lembrar, do latim memorare, trazer à memória, sinônimo de presentes, objetos ofertados para sinalizar que uma pessoa se lembrou de outra.

Deonísio da Silva Publicado em 19/12/2007, às 18h16

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Abita: do francês bitte, peça náutica onde é enrolada a corda da âncora. O francês a trouxe do escandinavo biti, como até os viquingues a chamavam. Ainda no francês, bitte virou bitter, isto é, soltar toda a corda, até que a âncora chegasse ao fundo. Os marinheiros tomavam uma bebida amarga, muito apreciada por eles, caindo numa biture, bebedeira, que no francês antigo se escrevia boiture, derivado de boîte, caixa, lata, frasco, redução do latim bibita, bebida. Assim, o francês bitter mesclou-se ao inglês bitter, bebida digestiva, alcoólica, feita com ervas e raízes amargas, estimulante do apetite e também um bom digestivo. Foi em tal contexto que a expressão "até o fim" mudou para "até o mais amargo fim", mudando também de significado, passando a designar algo que demora a terminar e não é agradável. Caramelar: do latim medieval cannamella, cana-de-açúcar, variante de calamellus, diminutivo do latim clássico calamus, cana. O caramelo original é sinônimo de doce feito com cana-de-açúcar, como o clássico puxapuxa, feito de melado levemente endurecido. Caramelar é, pois, dar forma de caramelo ou revestir de uma capa doce o fruto, de que são exemplos maçãs e bananas carameladas. Lembrança: de lembrar, do português arcaico nembrar, do latim memorare, memorar, isto é, trazer à memória, fazer algo para lembrar alguém ou alguma coisa, como revela o sinônimo presente. Memorar virou membrar e depois lembrar, por dissimilação. Dá-se dissimilação quando ocorre supressão ou alteração fonética motivada por outros fonemas presentes no vocábulo. Presente é sinônimo de lembrança porque quer indicar que quem o dá não se esqueceu daqueles a quem o dá. Há ocasiões em que lembranças em forma de presentes têm um significado especial, como é o caso do Natal, com presépios, árvores e outros arranjos cercados deles. O antônimo esquecimento esclarece o significado, pois esquecer veio do latim excadere, cair para fora, escorregar, desfalecer, seja cair no meio do combate ou escorregar do navio, quando poderia morrer, na terra ou no mar, ferido ou afogado, resultando em ficar esquecido. O ditado "quem é vivo sempre aparece" remonta a essas lembranças. Aparece no navio, depois da tempestade, e na tropa, cessado o combate. E nas festas, para dar e receber presentes. Fundada por Danio Braga, há no país, trazida de costumes italianos da região de Parma, a Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança. Quem faz refeições nos estabelecimentos da rede pode levar um prato de lembrança. Jesus: do latim Jesus, dito e escrito também Iesus, e do grego Iesôus, formas com que foi escrito o nome de Jesus, vindo do hebraico tardio e do aramaico Yeshuas, antes dito e escrito Jeshua, Jehoshua, Joshua, a partir dos étimos Jah e Javeh, ligados tradicionalmente à denominação de Deus, no hebraico. Jesus falava aramaico e lia em hebraico no templo, mas os evangelhos foram escritos em grego e mais trade traduzidos para o latim. Apesar de outras denominações nessa língua, como Ehyeh e Adonai, prevalece o tetragrama Yhwh, que se pronuncia Javé, terceira pessoa do verbo ser, para designar o pai de Jesus, Deus. O nascimento de Jesus já foi comemorado em 20 de março e em 28 de maio, mas no século IV foi fixada a data de 25 dezembro. O cristianismo, até então combatido como religião, por excluir os deuses pagãos, foi aceito pelo Império Romano, que o tornou oficial. As autoridades utilizaram como estratégia para divulgar e consolidar o cristianismo a associação a deuses, personagens e cultos pagãos. Assim, o dia da festa de celebração do Sol Invicto, importante data romana, tornou-se o dia de Natal. As auréolas com raios brilhantes ao redor da cabeça de Jesus e dos santos também estão associadas ao Sol. Por um erro do monge Dionísio, o Pequeno, o nascimento de Jesus foi datado no ano I de nossa era, mas Jesus nasceu antes da morte de Herodes, o Grande, o da matança das criancinhas, deposto em abril de 750, contado a partir da fundação de Roma. Os novos cálculos, feito este ajuste, indicam que Jesus nasceu ao redor do ano 4 a.C. Outras crenças, baseadas nos presentes - ouro, incenso e mirra -, fixaram em três os magos que visitaram o menino recém-nascido, dando-lhes status de reis, que receberam os nomes de Baltazar, Gaspar e Merquior.