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Etimilogia

por Deonísio da Silva* Publicado em 13/09/2010, às 21h12 - Atualizado às 21h12

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Etimilogia
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Acirrar: de acerar e aceirar, dar têmpera de aço. A origem remota é o latim tardio aciarium, designando gume, ponta da espada, do latim clássico acies, espada, e também a fila de soldados. A prima acies designava a primeira linha de combatentes. A dextra acies era o flanco direito. Acie discernere é decidir pelas armas. Foi este o sentido original que serviu de base para que acirrar tivesse no português o sentido de exacerbar, aguçar, como neste exemplo: "A empresa X acirrou a disputa ao aumentar a oferta pela tele em alguns bilhões de reais". Cabaça: de origem pré-romana, a palavra consolidou-se no latim como calappacu, calappacia e capparacione, designando animais, plantas e frutas dotados de casca dura. A aliteração de uma dessas palavras veio a designar o casco da tartaruga como carapaça. Como sinônimo de porongo, é o fruto da cabaceira, vocábulo usado também no masculino cabaceiro. Com a mesma grafia, procedendo do quimbundo kabasa, designa a criança gêmea que nasce em segundo lugar. É curioso o conceito, porque a cabaça como objeto caseiro consiste de um porongo partido em duas metades. No masculino, designa também o hímen. Neste caso, tratou-se de metáfora, como dá a entender o dicionário Aurélio: "fruto da cabaceira" e "vaso feito desse fruto seco, despojado do miolo". Com efeito, em linguagem jurídica, o ato sexual é designado pela expressão latina introductio penis intra vas, em que a vagina é designada pela mesma palavra do latim que indica o vaso, dando ideia de recipiente. Nei Lopes (68), no Dicionário Banto do Brasil, lembra que o quimbundo kabasu designa a virgindade. Doloso: do latim dolosus, enganador, de dolus, dolo, engano, fraude, palavra vinda do grego dólos, ardil, logro. Um homicídio pode ser culposo, quando há apenas culpa do autor por ter causado o mal, ainda que sem intenção de matar, mas quando é caracterizado como doloso é porque o autor teve a intenção de matar. Quando Rafael Bussamra (25) atropelou e matou seu xará, Rafael Mascarenhas (1991-2010), filho da atriz Cissa Guimarães (53), a polícia o indiciou por homicídio doloso e mais três crimes: corrupção ativa, fraude processual e fuga do local do crime. A delegada Bárbara Lomba Bueno (34), titular da 15ª Delegacia de Polícia, na Gávea, Rio de Janeiro, foi clara: "Eles estavam com os faróis dos carros apagados quando atropelaram Rafael. Disputavam um pega, viram a vítima e mesmo assim não reduziram a velocidade". A morte do jovem deuse dentro do Túnel Acústico, que estava fechado para o trânsito na madrugada de 20 de julho. O pai e o irmão do autor também foram indiciados. Foram acusados de ajudá-lo a evadir-se e levar o carro do atropelador para uma oficina mecânica no bairro de Quintino, no Rio de Janeiro, para alterar a arma do crime, o carro. Pterodátilo: do latim pterodactylus, que tem os dedos unidos por membranas, palavra radicada nos compostos gregos pterón, membrana, e dáktylos, dedo. O grego pterón designava ainda o remo, a relha do arado para lavrar a terra, folhas e galhos de árvores, penas, leques, dardos enfeitados de plumas e penachos como aqueles utilizados por sacerdotes e comandantes militares. Pterodátilos é o título da tragicomédia, em cartaz no Rio, estrelada por Marco Nanini (62), Mariana Lima (38), Álamo Facó (29) e Felipe Abib. O humorista Jô Soares (72) perguntou a Nanini em entrevista publicada em O Globo: "Como um ator inteligente e obediente como você enfrenta um diretor burro e autoritário?" Ouviu em resposta: "Procuro não trabalhar com gente burra e autoritária. Tenho um trauma de pequeno poder". Sigiloso: de sigilo, do latim sigillum, sinalzinho, diminutivo de signum, sinal, constituindo-se em selo, lacre, em geral marca de um anel em alto ou baixo-relevo. Os dados cadastrais de cidadãos e de empresas são sigilosos, de acordo com as leis em vigor, de que são exemplos a declaração do Imposto de Renda e os dados bancários. A violação do sigilo fiscal é crime, mas autoridades republicanas vêm se mostrando cúmplices dos malfeitores, por elas caracterizados pelo eufemismo de aloprados, variante de alorpados, isto é, lorpas, bobos. Mas eles de bobos não têm nada! São criminosos, eles e aqueles para quem trabalham.