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A obesidade e a magreza excessiva alteram a fertilidade da mulher

Roger Abdelmassih Publicado em 24/01/2007, às 22h37

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Roger Abdelmassih
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Infertilidade é a incapacidade de gerar um filho. Ela se caracteriza quando um casal jovem, de até 35 anos, com atividade sexual normal, tenta por um ano a um ano e meio e a mulher não engravida. A partir daquela idade, o óvulo começa a perder qualidade, tornando mais difícil o ato de engravidar. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade atinge 15% a 20% dos casais em geral. As estatísticas mostram que em 30% dos casos o problema está na mulher; em 30% no homem; e nos restantes 40%, em ambos. São inúmeras as causas de infertilidade nos dois parceiros. Segundo a OMS, porém, 12% da incidência nas mulheres devem-se ao excesso (obesidade) ou à falta de peso. A obesidade é hoje um grande problema de saúde pública. Só para se ter uma idéia, segundo a Associação Americana de Obesidade, 60 milhões de adultos no país são obesos. No Brasil, eles são 30% da população. Números do Ministério da Saúde indicam que 30% das brasileiras em idade fértil (16 a 46 anos) têm peso excessivo ou são obesas. E mais: 8% a 10% das mulheres que não engravidam são portadoras de uma obesidade importante. A mulher pode saber se é obesa. Para isso, basta dividir seu peso por sua altura ao quadrado. O resultado é chamado de índice de massa corpórea (IMC), reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de obesidade. Quando a operação resulta em um número entre 18,5 e 24,9, a pessoa tem peso normal; números de 25,0 a 29,9 são classificados como sobrepeso; de 30,0 a 34,9, obesidade grau I; de 35,0 a 39,9, obesidade grau II; e acima de 40, obesidade grau III. A obesidade, por si só, dificulta a gravidez, porque freqüentemente é acompanhada de distúrbios hormonais. O principal ingrediente da relação entre peso corporal e fertilidade é o estrógeno, hormônio sexual produzido nas células adiposas (de gordura). Se uma mulher tem gordura corporal demais, o corpo produz estrógeno em excesso e começa a reagir como se estivesse controlando a reprodução, limitando as chances de gravidez. Ou seja, muito estrógeno circulando envia uma "mensagem" para a hipófise parar de liberar um hormônio que faz os ovários funcionarem e desse modo promoverem a ovulação. Além disso, existe uma forte relação entre portadoras de ovários policísticos e obesidade. A síndrome do ovário policístico é uma disfunção hormonal, levando à formação de microcistos nos ovários; por isso, a mulher faz um ciclo menstrual sem a liberação de óvulos.Essa disfunção hormonal libera, novamente, grande quantidade de estrógenos e andrógenos (hormônios sexuais femininos e masculinos) circulantes. Na obesa, o tecido adiposo em excesso aumenta os níveis de insulina na circulação. Essa substância aumenta e também leva a uma superprodução de andrógenos. Então os ovários não conseguem desempenhar seu papel mensal principal: ovulação para uma futura concepção. Já no caso das mulheres magras demais, sobretudo portadoras de anorexia nervosa ou de bulimia, o mecanismo é o seguinte.À medida que emagrecem, diminui a quantidade de gordura em seu organismo.Índice de gordura corporal menor do que 17%, mínimo aceito pela OMS, inibe a produção do estrógeno e de outros hormônios pelo corpo, o que impede a formação e a liberação de óvulos. Resultado: dificuldade para engravidar. Obesas ou magras que estejam, por mais de um ano, tendo dificuldade para engravidar precisam consultar o ginecologista. O médico deve investigar o casal como um todo. Caso descubra doenças que possam ser tratadas em um deles ou nos dois, indica o tratamento. Assim, o casal pode concretizar seu desejo de ter um filho. Nas situações em que o casal se tratou e a mulher não engravida, ou quando algum problema não tratável inviabilize a gravidez, o especialista deve encaminhar o casal a um centro de reprodução assistida. Hoje são inúmeras as alternativas nessaárea e uma delas poderá ser empregada para o casal realizar o sonho de ter um filho.