Em Ilhabela, cantora reflete sobre o equilíbrio entre vida e arte
Mariana Silva Publicado em 14/10/2019, às 17h57 - Atualizado às 17h59
Pela primeira vez em Ilhabela, Kell Smith (26) deixou-se levar pela natureza e aproveitou o breve tempo livre em meio ao exuberante cenário natural do litoral norte paulista para recarregar as energias. “Foi na correria, eu admito. Mas estar em contato com a natureza é viver. Então, aproveitei”, entrega, aos risos.
Ainda em êxtase após a ovacionada apresentação ao lado de Elza Soares (82), durante festival de música, ela reconhece a importância da arte para além do entretenimento. “Elza me convidou para dividir uma canção linda e muito forte que fala sobre violência doméstica, traz informação, promove reflexão. É um hino feminista e fiz questão de defendê-lo com tudo que há em mim”, explica. “É muito importante a arte ter um propósito e eu canto o que acredito. Foi a junção perfeita. Me senti tão honrada com o convite, com nossa amizade, com o propósito que estávamos dividindo. Sou parte amor; parte gratidão”, completa Kell, que encerrou sua apresentação com selinho na lendária cantora da MPB, se declarando: “Eu serei para sempre por você”.
Em tudo que produz, Kell busca equilíbrio e propósito. Recentemente, ela lançou Ria, single que integra o EP Feito em Casa, que deve ser disponibilizado por completo em breve. “Quero aproximar as pessoas das minhas ideias. Do meu lar de sentimentos e reflexões. É íntimo, simples e sincero. Lanço uma música por mês e estou amando este processo de composição e realização”, adianta. Lançado no mês de prevenção ao suicídio, a música fala sobre esperança. “Acredito mesmo no poder de cura da música. É mais que só entreter. É transformação, reflexão, informação, tradução, representatividade. É algo gigante”, diz a autora dos hits Era Uma Vez e Girassol.
Com a mesma leveza que rege sua carreira, Kell encara sua vida pessoal. Mãe da pequena Alice (5), fruto de uma produção independente com um amigo, Vinicius, ela faz o possível para estar próxima. Atualmente, a menina vive com os avós, no interior de SP. “Estou distante apenas fisicamente. Todo meu ser está com quem amo. Dialogo e me mantenho perto da minha pequena, dos meus pais, da escola. Fico por dentro de tudo e não sou uma mãe solo porque tenho meus pais”, as segura.
Há dois anos em um relacionamento sério, o amor também tem inspirado sua produção musical. “Eu o amo, somos muito felizes juntos. Sempre que podemos, estamos juntinhos”, conta ela, que prefere seguir discreta em relação ao par. “Nosso relacionamento é de muita parceria, incentivo, admiração, respeito e amor. Seguimos juntos nos fortalecendo sempre”, emenda Kell. No futuro, ela ainda pensa em casar e ter mais filhos. “Penso em me casar, sim, e em ter outros filhos também. Adotivo e biológico”, adianta.
