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Revista / Entrevista

CARAS Amazônia: imersão sustentável na floresta

Christiane Torloni lidera grupo formado por Bia Ben, Mari Gonzalez, Ademara, Mateus Solano, Marcela Fetter e Giovanna Grigio em experiência única

por Fabricio Pellegrino Publicado em 02/06/2023, às 09h06

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Gigi Grigio, Ademara, Bia Ben, Solano, Mari Gonzalez, Torloni e Marcela Fetter aos pés da Samaúma - FOTOS: GUSTAVO BETTINI
Gigi Grigio, Ademara, Bia Ben, Solano, Mari Gonzalez, Torloni e Marcela Fetter aos pés da Samaúma - FOTOS: GUSTAVO BETTINI

Para celebrar três décadas de história no Brasil, CARAS aposta em novas experiências. Por isso, escolheu a Amazônia, o principal reduto de biodiversidade de fauna e flora do planeta, como cenário para uma imersão de três dias que reuniu os atores Christiane Torloni (66), Mateus Solano (42), Ademara (26), Giovanna Grigio (25), Marcela Fetter (27) e as influencers Mari Gonzalez (29) e Bia Ben (21). O grupo mergulhou na cultura, gastronomia, arte e lazer da região que ocupa 59% do território brasileiro e engloba oito estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de parte do Maranhão. “Acho essencial que ferramentas de comunicação social como a CARAS tomem uma posição e uma ação. Essa é uma ação: trazer influenciadores, pessoas que nunca vieram para a Amazônia para se deixar permear. Primeiro assusta, mas em pouco tempo brincam com macaco, andam descalços, tocam nas árvores... O nome disso é pertencimento. As pessoas retornarão para casa mais integradas”, acredita Torloni, que há anos usa a voz em defesa da floresta.

Para ajudar a difundir e a defender a riqueza local, os convidados vivenciaram a Amazônia sob o enfoque da sustentabilidade e economia circular. Inclusive, esse foi o primeiro evento carbono neutro de CARAS. O ponto de partida foi Manaus. Lá, se hospedaram no Juma Ópera, localizado em frente ao imponente Teatro Amazonas. No dia seguinte, percorreram 100 km pelo rio e via terrestre, com destino ao Juma Amazon Lodge, hotel cravado em uma região remota e preservada no meio da Floresta Amazônica. Erguido sobre palafitas, ele atende às épocas de cheias dos rios, como o mês de maio, em que o nível da água sobe até 15 metros de altura. Os bangalôs foram construídos seguindo o mesmo processo que os ribeirinhos utilizam para erguer as próprias casas. O local, que não possui ar-condicionado e tem sinal de wi-fi quase nulo, possui energia solar fotovoltaica e aquecimento solar de água, além de sistema de tratamento de esgoto e reciclagem e central de resíduos.

O grupo no deck do Juma Lodge.
O grupo no deck do Juma Lodge.

No primeiro tour, o guia local Ralf de Lima Ferreira (38) norteou o time por uma trilha de 4 km dentro da Floresta Amazônica, considerada a maior floresta equatorial do mundo e com 62% de sua extensão localizada no Brasil. Antes de darem os primeiros passos, Torloni reuniu todos para uma mensagem: “Não estamos aqui para explorar esse lugar, para vencê-lo, a floresta não é nossa inimiga. Como você entra na casa de alguém que quer bem? Suavemente. Nnguém entra batendo a porta. É assim que devemos entrar na floresta, pisando suavemente na terra. Ao tirar os sapatos da sua alma, você sente a pulsação da terra”. O ensinamento veio do líder indígena, ambientalista e escritor Ailton Krenak (69).

No caminho, Ralf ensinou técnicas de sobrevivência na mata. Entre elas, o processo de transformação do breu branco, uma resina que se forma no tronco de uma família específica de árvore, em pólvora. “Comi a larva do coco do babaçu. É superproteica, tem gosto de coco. E coloquei a mão sob o formigueiro de tapiba. Essas formigas são utilizadas como repelente natural. A sabedoria dos povos originários é impressionante”, descreveu Solano. Também não faltaram demonstrações de como usar folhas de plantas nativas para produzir artesanato e telhados para residências locais, além de uma aula sobre os benefícios à saúde de plantas medicinais.

Bia e seu par, André, em Manaus.
Bia e seu par, André, em Manaus.

Logo depois de uma típica chuva local durante um passeio de barco, todos mergulharam no Rio Juma. Próxima parada: a casa de uma família ribeirinha. No local, onde a iluminação elétrica chegou há três meses, os moradores demonstraram a técnica de produção de farinha e do caldo tucupi, ambos extraídos da mandioca-brava. Depois de tantas lições, hora de um café fresquinho com beiju de mandioca na casa-sede da família. Os famosos ainda degustaram castanha-do-brasil aberta na hora e flor de jambu. “Uma das sensações que mais amo na vida é a de quando faço algo pela primeira vez. Aqui, o tempo inteiro fiz algo pela primeira vez em um lugar pela primeira vez. Vou levar essa sensação de paz para a minha vida”, explica Marcela.

O pôr do sol foi outra atração à parte. No meio da imensidão do rio, todos miraram a despedida do dia em uma indescritível mistura de tons avermelhados que pintavam o horizonte. Chegada à noite, mais aventura: observar jacarés e outros animais. O passeio noturno de barco conectou ainda mais os convidados à natureza. Porém a fauna local disputou atenção com outro espetáculo, o imenso céu cravejado de estrelas brilhantes. “Foi uma experiência alucinante, de tirar o fôlego, a coisa mais linda que já vi na vida. Eu vi duas estrelas cadentes, que eu nunca tinha visto. Fiz muitos pedidos, bem mais que dois”, celebra Grigio.

O trio Giovanna, Marcela e Mari mergulham no Rio Juma
O trio Giovanna, Marcela e Mari mergulham no Rio Juma

O nascer do sol também atraiu olhares. Porém apenas Mari, Giovanna e Marcela acordaram às 5h da manhã para a experiência. O trio fez um trajeto de barco por cinco minutos, desceu na floresta e subiu as escadarias de um mirante com 32 metros de altura. Do alto, além de ver o dia brotar, elas observaram a imensidão da floresta por cima das copas das árvores. Além da flora, também
viram o despertar de diversas espécies de macacos que saltavam de árvore em árvore em busca de frutas para o café da manhã. “A gente nem consegue mostrar nas fotos e vídeos a beleza desse lugar. O poder da natureza é muito mais forte do que o que eu imaginava”, disse Mari.

A visita à Samaúma, considerada a maior árvore da Flo resta Amazônica, foi muito aguardada. A espécie pode atingir 50 metros de altura, o que equivale a um prédio de 16 andares, e viver cerca de 120 anos. O tronco atinge até 3 metros de diâmetro. Ao vê-la de perto, foi fácil para os famosos entenderem por que é considerada sagrada e mãe de todas as árvores pelos indígenas. Este, inclusive, foi o passeio que mais marcou a atriz Ademara: “Tive a sensação de que nada precisa da gente. É a gente que precisa de tudo isso. O ser humano em si tem um ego que não se compara a nenhum outro. Mas quando você se depara com um organismo desse tamanho, esse bioma que temos o privilégio de fazer parte do nosso País, entendemos realmente que não somos nada. Entendemos que não precisamos nos preocupar com diversas coisas que tornamos o principal da nossa vida e que isso aqui vai continuar existindo apesar da gente, pois se adapta à nossa existência. Nós não somos os mais importantes nem os mais sábios do planeta”.

Ademara, Solano, Torloni e Bia Ben retornaram a Manaus a bordo de uma aeronave modelo Cessna Caravan Anfíbio, da Cleiton Táxi Aéreo
Ademara, Solano, Torloni e Bia Ben retornaram a Manaus a bordo de uma aeronave modelo Cessna Caravan Anfíbio, da Cleiton Táxi Aéreo
Ademara, Solano, Torloni e Bia Ben retornaram a Manaus a bordo de uma aeronave modelo Cessna Caravan Anfíbio, da Cleiton Táxi Aéreo
Famosas retornaram a Manaus a bordo de uma aeronave modelo Cessna Caravan Anfíbio, da Cleiton Táxi Aéreo

Para encerrar a imersão e o período de conexão máxima com a natureza, um passeio de canoa a remo pela floresta inundada. Nesta época do ano, parte das árvores estão submersas, pois o nível do rio sobe por causa das chuvas desse período. E, sim, as árvores sobrevivem embaixo da água. “Amei rodar a Amazônia em uma canoa a remo. Foi incrível. Eu ficava um palmo da água. E vi araras, lindas, coloridas... Não me sentia no Brasil. Verdadeiramente, a gente conhece muito pouco do nosso País”, deslumbrou-se a influenciadora Bia Ben.

Na despedida da imersão, mais uma experiência-surpresa: o trajeto de retorno a Manaus foi feito por meio de uma aeronave modelo Cessna Caravan Anfíbio, da Cleiton Táxi Aéreo. Em menos de 30 minutos de viagem foi possível observar a floresta de cima e encarar com precisão o famoso Encontro das Águas, que marca a junção, sem se misturar, da água escura do Rio Negro com a água do Rio Solimões. O mergulho na Amazônia promoveu muitas sensações e reflexões nos convidados, mas um desejo era uníssono: retornar para novas vivências e dividi-las com as pesssoas que amam. 

Mari no pôr do sol.
Mari no pôr do sol.
O espelho d’água que se forma no Rio Juma impressiona o grupo
O espelho d’água que se forma no Rio Juma impressiona o grupo
Solano e Torloni: pausa durante trilha de 4 km em meio à floresta
Solano e Torloni: pausa durante trilha de 4 km em meio à floresta
Encantada com as belezas naturais da Amazônia, a influencer Bia Ben gera conteúdo na proa do barco.
Encantada com as belezas naturais da Amazônia, a influencer Bia Ben gera conteúdo na proa do barco.
A atriz Ademara em banho de rio no fim do dia
A atriz Ademara em banho de rio no fim do dia
Mateus Solano com a mãe, Miriam, e Torloni em passeio de barco.
Mateus Solano com a mãe, Miriam, e Torloni em passeio de barco.
Ademara em visita a um ribeirinho.
Ademara em visita a um ribeirinho.

FOTOS: GUSTAVO BETTINI