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Ousadia de Mel Lisboa na profissão e na vida

Sucesso no teatro, atriz fala da reviravolta em sua carreira, do casamento e de filhos

CARAS Digital Publicado em 16/10/2015, às 07h55 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Mel Lisboa - Martin Gurfein
Mel Lisboa - Martin Gurfein

A forma de falar, de brincar e os trejeitos de Mel Lisboa (33) parecem-se, naturalmente, com os de Rita Lee (67). Há mais de um ano interpretando a cantora em musical, que está em turnê pelo País, a atriz tem consciência disso e orgulha-se da semelhança com um dos ícones do rock’n’roll do Brasil. “Na época em que estava estudando sobre ela, seus gestos eram ainda mais fortes em mim. Não tem como não pegar um pouquinho da personagem, sendo tão adorável. Todos nós lá em casa curtimos a Rita”, afirma ela, referindo-se aos filhos, Bernardo (6) e Clarice (3), da relação com o músico Felipe Roseno (32). Além do espetáculo Rita Lee Mora ao Lado, Mel também está em cartaz em São Paulo com a peça Otelo, de William Shakespeare (1564– 1616). No Castelo de CARAS, em New York, ela avalia a reviravolta na sua carreira, após anos carregando a sombra da protagonista  da minissérie Presença de Anita, de 2001, fala de culpa com relação aos filhos e da união de sete anos sem cobranças. “Preciso ter essa  liberdade para fazer minhas coisas. Seria muito difícil manter um relacionamento se fosse diferente, não conseguiria ficar junto”, pondera Mel, enquanto hidrata os lábios com Bepantol Derma Regenerador Labial, com vitamina E e pro­vitamina B5, que tem ação reparadora e antioxidante. “Uso Bepantol Derma direto. Não sai da minha bolsa. Uso nos lábios, na pele e até nos cabelos. Hidrata mesmo!”, conta.

– Como administra família e duas peças em cartaz?

– É uma loucura. Minha vida mudou muito profissionalmente. Agora não tenho contrato com nenhuma emissora. Trabalho com agenda e sou eu quem organiza meu tempo até para ficar com os filhos e com o meu marido.


– Difícil lidar com a instabilidade financeira?
– Estou baixando os custos. Economizando para que no fim do mês meu gasto seja menor. Ao mesmo tempo, estou começando a ter um retorno financeiro de algo que plantei lá atrás.


– Anita foi uma personagem forte. Ela teria ofuscado os seus trabalhos seguintes na TV?
– Sem dúvida alguma. Fui muito bem amparada, dirigida e o resultado foi positivo nessa minissérie. Mas isso não significa que era uma ótima atriz. Por alguns anos, interpretei vários personagens parecidos que nunca tiveram aquele impacto. Fui para o teatro fazendo outras coisas. No palco, sou dona do meu trabalho, tenho mais domínio.


– Cogitou desistir de atuar?
– Várias vezes. É uma carreira superdifícil, mexe diretamente com seu ego, com sua autoestima, complicadíssimo. Mas não me preocupo mais com isso. Estou bem, feliz, satisfeita.


– Como seus filhos lidam com sua falta de rotina?
– A Clarice já está começando a entender melhor meu trabalho. Eu e Felipe nos revezamos bastante para estar presente. Ele também viaja. Mas é claro que, muitas vezes, as crianças sentem a nossa falta.


– Você é rígida com os horários dos seus filhos?
– Sim. Eles têm a rotininha deles e acho muito importante. Não adianta querer levar meus filhos para o trabalho. Tenho que me esforçar para estar com eles. Precisam de uma base, porque minha vida e a do Felipe já é muito movimentada. E se começarem a acompanhar a nossa rotina não vai dar certo.


– Sente-se culpada?
– Estou aprendendo a lidar com isso. Até porque tenho ficado bastante com eles. Normalmente, as minhas viagens são rápidas e passo o resto da semana com os dois. Quando não estou fora de São Paulo, onde moramos, durmo em casa. E se a Clarice acordar no meio da noite e for para minha cama, vou estar lá. O Bê também vai, mas só quando tem um pesadelo. É engraçado, porque o sentimento da mulher é diferente do homem. Felipe, por exemplo, sente saudade quando está fora, mas não sente a culpa.


– Será que Clarice e Bernardo serão artistas?
– Se algum deles não seguir o nosso caminho, vou achar impressionante. É muito difícil. Mas pode ser que aconteça. As crianças convivem com muitos artistas. O pai é músico, a mãe é atriz. Entre nossos amigos, são raros os que não seguem essas profissões.


– Pensa em mais filhos?
– Não, está ótimo. Adoro os dois, são lindos, já tive várias experiências fisicamente, psicologicamente e financeiramente.


– O que é mais trabalhoso, atuar ou a maternidade?
– É um aprendizado constante em todos os dois. Até o dia em que morrer vou melhorar em todos os meus papéis. No casamento, também. Acho que o mais legal é quando se consegue equacionar tudo isso. A mãe, a profissional, a esposa... E aprender que não dá para ser uma supermulher. Errar faz parte de todo esse processo. A vida é isso e está tudo certo.


– É prática então?
– Creio que sim. A passagem do tempo nos dá mais sabedoria, é uma maravilha, apesar das ruguinhas que começam a ser vistas. Acho que não precisamos dar tanto peso às coisas, mas simplificar o que vivemos. Acredito que esse seja o melhor caminho para a felicidade.