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Os prefixos bi, do latim bis, duas vezes, e infra, do latim...

infra, abaixo, são comuns na língua portuguesa. O último aparece até no nome da empresa que administra os aeroportos do país, a Infraero, muito criticada pelos constantes atrasos e cancelamentos de vôos.

Deonísio da Silva Publicado em 27/07/2007, às 11h19

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Ante: do latim ante, antes, diante de, na presença. Este prefixo latino está presente em várias palavras de nossa língua. O antebraço é a parte do corpo humano que fica entre o cotovelo e o punho. Antecâmara, nos recintos, é a sala que fica antes da sala principal; nos navios, é o lugar onde estão os camarotes dos oficiais superiores. Antecedente é aquilo que se diz, se faz, existe ou aparece antes. O antecessor precede o sucessor. Antecipar é fazer com que algo ocorra antes do previsto. Antenupcial equivale a pré-nupcial. Anteontem alude ao dia anterior a ontem. Antepassados são aqueles que viveram antes de nós, como avós, bisavós, trisavôs e tetravôs. O anteprojeto é um esboço do projeto. É preciso não confundir ante com anti, prefixo de origem grega, que significa em oposição, contra, como em antiácido, antiaéreo, antibiótico, antipatia, anti-religioso, anti-republicano, anti-rugas e antivírus. Bi: do latim bis, dois, duas vezes, este prefixo está presente em palavras como bienal, evento realizado a cada dois anos; bicampeão, duas vezes campeão; bigamia, novo casamento, sem que o anterior tenha sido desfeito. Às vezes, o prefixo é o mesmo, mas o significado muda, como em bimensal - duas vezes por mês - e bimestral - cada dois meses. Os aviões podem ser bimotores e a Usina Hidrelétrica de Itaipu é binacional, uma vez que se trata de obra conjunta de duas nações, Brasil e Paraguai. O bipartidarismo pressupõe que apenas dois partidos dominem a política. Bípede é o animal que tem dois pés, como o homem. A bipolaridade apresenta dois pólos opostos e o conceito é aplicado na Psicologia para designar comportamento que muda de maneira súbita: a pessoa parece ter uma personalidade de manhã e outra à tarde. Catalisar: de catálise, do grego katálysis, dissolução, por influência do francês catalyser, com o acréscimo de "ar", partícula formadora de verbos a partir de substantivos, como analisar, de análise. A palavra, que chegou ao grego com influências do indo-europeu kat, abaixo, lyein, soltar, e leu, cortar, dividir, foi criada pelo cientista sueco Jöns Jacob Berzelius (1779-1848). Ele observou que em várias reações químicas certas substâncias permaneciam inalteradas durante o processo no qual tinham influência. Ele chamou tal força de catalítica. A teoria de Berzelius foi demonstrada pelo químico alemão Johann Wolfgang Döbereiner (1780-1849), ao acender hidrogênio por catálise com uma esponja de platina. O ácido sulfúrico oferece outro exemplo: é obtido pela catalisação de dois elementos que, em velocidade acelerada, obtêm a transformação do dióxido de enxofre em trióxido. A catalisação dá-se pela presença de platina quente ou de pentóxido de vanádio. O Aurélio informa que vanádio é o "elemento de número atômico 23, metálico, cinzento, duro, leve, usado em ligas especiais e como catalisador". O sueco Nils Gabriel Sefström (1787-1845), aluno de Berzelius, que descobriu esse elemento quando estudava a fragilidade do aço, deu-lhe o nome latino vanadium para homenagear a deusa escandinava Vanadis. Infra: do latim infra, abaixo, embaixo, é um prefixo que aparece em muitas palavras de nossa língua: infra-assinado, infracitado, infra-estrutura (a estrutura que está embaixo, como o encanamento, as redes de esgotos, a rede telefônica, parte da rede elétrica, o gás canalizado), infra-som (som inaudível aos seres humanos, de freqüência inferior a 15 ou 20 períodos por segundo).É necessário pôr hífen depois de infra se a parte que segue da palavra começa com vogal, h, r ou s. A empresa pública que administra os aeroportos brasileiros, Infraero (do latim infra, embaixo, e do grego aérios, pelo latim aerius, aéreo, o que está em cima), optou por excluir uma vogal na composição de sua denominação e, assim, aboliu o hífen. Sua missão é "atenderàs necessidades da sociedade relativas à infraestrutura aeroportuária e aeronáutica, de modo a contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil, primando pela eficiência, segurança e qualidade". Vinculada ao Ministério da Defesa, a Infraero cuida das coisas aqui embaixo para que lá em cima tudo corra bem. No entanto, vive o maior inferno de seus 33 anos de existência, maculando a credibilidade que sempre teve. Lá em cima as coisas não têm corrido nada bem - a tragédia do vôo 1907, da Gol, rendeu até um programa especial do Discovery Channel -- e aqui embaixo temos visto excessivos cancelamentos e atrasos de vôos.