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ZOOM BY G.RAVACHE: Richard Avedon

Redação Publicado em 15/05/2009, às 12h58 - Atualizado às 13h03

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Veruschka, vestida de Kimberly (Nova York, janeiro de 1967) - © 2009 The Richard Avedon Foundation
Veruschka, vestida de Kimberly (Nova York, janeiro de 1967) - © 2009 The Richard Avedon Foundation
A fotografia de moda poderia ser dividida em dois períodos: antes e depois de Richard Avedon. Pode parecer exagerado, mas este fotógrafo é uma espécie de Deus da fotografia fashion. Agora, a exposição Avedon Fashion 1944-2000, que abre hoje no International Center of Photography, em Nova York, onde fica em cartaz até 6 de setembro, reconta por meio de 200 imagens a trajetória de Avedon. Com apenas 21 anos, Avedon começou a fotografar belas mulheres em 1944, para a Harper's Bazaar. Nessa época, criou a prática de perguntar às modelos a música que elas queriam ouvir durante as fotos e o que gostariam de comer. Isso ajudava a descontrair o ambiente e a criar uma atmosfera mais relaxada. E funcionava. Com sua máquina Rolleiflex, Avedon imortalizou modelos como Twiggy e Penelope Tree. Seu conceito inovador foi se preocupar mais com os gestos do que propriamente com as roupas e acessórios das modelos. Assim, ele levou o movimento para a fotografia de moda. Em 1950, levou as modelos para as ruas, em cenários glamurosos de Paris e criou uma "narrativa" para suas fotos. Como se os cliques contassem uma história. As imagens até hoje são fortes referências. Com o filme Funny Face, em 1957, com menos de uma década de trabalho, Avedon se tornou uma celebridade. Ele foi a principal inspiração para o protagonista do filme, vivido por Fred Astaire, às voltas com uma relutante modelo, Audrey Hepburn. Nascia ali o modelo do fotógrafo moderno - charmoso, sofisticado e tão famoso quanto as celebridades que fotografava. Avedon morreu em 2000, aos 81 anos. Mas sua influência ainda se faz presente. Gerações de fotógrafos encontraram (e ainda encontram) inspiração nele. O mesmo se pode dizer das modelos, que mantém um certo ar pensativo, um tanto apaixonadas e solitárias que Avedon celebrizou em suas imagens. De certo modo, ele levou para a moda a dramaticidade do teatro, sua grande paixão depois da fotografia. Avedon contava que certa vez ouviu a mãe dizer à sua irmã Louise: "Você é tão bonita, não precisa abrir a sua boca". Segundo Carol Squiers, curadora da exposição, a "noção de que a beleza pode ser intoxicante mas, igualmente empobrecedora para a alma", imprimiu às primeiras fotografias de Avedon "um sentimento de compaixão". Triste e antimoda, assim alguns críticos classificavam o trabalho de Avedon, principalmente nos anos 60. Nos anos 90, o fotógrafo levou esse conceito ao extremo em trabalhos como "beleza feia" para a Prada. A visão clássica do belo na moda nunca mais foi a mesma. Ele pensou a fotografia como arte, um trabalho articulado e filosófico, não necessariamente feito para agradar os olhos ou a qualquer um. Sempre combatendo a ideia de que fotos deveriam ser posadas ou formais. Ironicamente, em se tratando de moda, a beleza estava em revelar o estranho, o diferente.