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A sensibilidade de Cary Tagawa: "Minha luta é outra"

Em Nova York, nipo-americano diz ser mais que um vilão de Hollywood

CARAS Publicado em 21/12/2014, às 08h44 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Na fachada do Castelo, construção do século XIX, em Tarrytown, o ator faz questão de exibir um traje típico japonês. - FERNANDO LEMOS/LEMOS FOTOGRAFIA LTDA
Na fachada do Castelo, construção do século XIX, em Tarrytown, o ator faz questão de exibir um traje típico japonês. - FERNANDO LEMOS/LEMOS FOTOGRAFIA LTDA

Rosto conhecido de grandes blockbusters como Planeta dos Macacos e Mortal Kombat e das séries de TV Star Trek: Next Generation e Revenge, uma das maiores preocupações do ator Cary-Hiroyuki Tagawa (64) é não ser apenas um vilão hollywoodiano. Por sua descendência, o nipo-americano fez carreira internacional com cara de mau e distribuindo socos e pontapés coordenados na tradição das artes marciais. Mas, muito além do que aparenta, ele é um ser humano doce, tranquilo, sensível e cheio de sabedoria.

De olho no Brasil — ele pretende vir ao País em breve e, por aqui, conhecer cineastas, ensinar artes marciais e colocar em prática seu exercício de respiração para a saúde —, Cary, que já é avô, hospedou-se no Castelo de CARAS, em Tarrytown, New York, na prestigiada temporada 2014.

Onde busca o equilíbrio?
Esta é uma boa palavra porque significa saber onde estou e quem sou, especialmente por ter nascido em Tóquio e sido criado nos EUA nos anos 1950. Minha vida sempre foi de contrastes e sobre como encontrar o tal equilíbrio. Aos 6 anos, entendi o que era a vida, quando me mudei para a América do Norte. Imagine um japonês tendo que acostumar-se ao estilo de vida americano. Aprendi a entender o ser humano. Tenho um desejo de entender as pessoas.

Como lida com a imagem de vilão do cinema e da TV?
Assistindo aos meus filmes, acham que sou um cara mau e que vivo brigando. Mas minha luta é outra. Sigo as filosofias dos meus ídolos, Bruce Lee, Dalai Lama e Jimi Hendrix. Meu estilo é a arte de lutar sem lutar, de vencer sem lutar, usando a cabeça. Atuar é entender a vida. Minha mãe era atriz no Japão. Comecei tarde porque ouvi que era melhor viver e ter experiência antes de atuar. Hollywood é uma indústria e precisou de mim até agora para papéis de vilão, com artes marciais.

Como vê o cinema atual?
O mundo todo acordou e tem um cinema pujante. É hora de outras culturas se mostrarem, especialmente a latino-americana.

Que outras atividades tem?
Antes de tudo, tenho uma história com a cura por meio da respiração, que não é reconhecida pelas autoridades, mas funciona. É preciso aprender a respirar, sentir o ar e o ambiente. O objetivo primordial é a saúde. Depois vieram os filmes, que me deram dinheiro e possibilitaram prover a família.

Usa quimono por tradição?
Ele é importante para mim. Minha cultura é um legado e adoro promover as tradições do meu povo para que todos possam nos entender melhor e integrar-se ao nosso universo. Tenho muitos outros tipos de quimonos no guarda-roupa, pois é uma veste muito comum no Oriente. E pretendo ter uma linha própria de roupas com quimonos.