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Revista / Saúde mental

Inspirações elevam Luciana Vendramini

Na quarentena, ela abre histórico sobre TOC para ajudar pessoas

Mariana Silva Publicado em 29/05/2020, às 10h00 - Atualizado às 13h42

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Musa dos anos 1990, ela tem sólida carreira na TV, no teatro e cinema - Alex Rosa
Musa dos anos 1990, ela tem sólida carreira na TV, no teatro e cinema - Alex Rosa

Sozinha em casa, Luciana Vendramini (49) reflete sobre o que aconteceu com o mundo. Dois meses atrás, em março, ela convidou amigos para fotografar no Museu do Ipiranga, em São Paulo, sem nem imaginar que poucos dias depois seria obrigada a permanecer em quarentena por conta de uma pandemia. “Nunca na vida pensei que fôssemos passar por isso”, confessa, referindo-se ao crescimento acelerado do número de casos de Covid-19. “Sou bastante caseira, então não tive dificuldades para ficar em casa, mas o fato de estar em confinamento me causou bastante ansiedade”, entrega a atriz, que mora na capital paulista. “Minha irmã mora na mesma rua que eu e nos encontramos pelo menos uma vez por semana, mas sem contato físico. Ela tem sido uma fortaleza”, conta.

Com histórico de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, TOC, a musa dos anos 1990 resolveu dividir com o público um pouco de sua experiência, juntamente com a opinião de especialistas em saúde mental, e ajudar aqueles que estão mentalmente aflitos, por meio de conteúdo gravado em podcast. “Fui diagnosticada com TOC há 23 anos, fiquei cinco anos em tratamento e hoje estou superbem com isso. Nosso cérebro não pode ser considerado um órgão à parte, que não sofre como os outros. Precisamos falar sobre o que estamos sentindo e, por isso, coloquei em prática a ideia do podcast”, explica. Batizado como Retrogosto e disponível em uma única plataforma da internet, o projeto tem movimentado a rotina da atriz e gerado um saldo positivo. “Muita gente já me procurava para falar sobre saúde mental. Minha ideia com o Retrogosto é, exclusivamente, dar informações e ajudar as pessoas”, detalha. “Estamos passando por um momento em que o índice de problemas de saúde mental aumentou drasticamente. Precisamos falar mais sobre isso, acabar com este tabu. Enxergo o podcast como uma conversa gostosa, um bate-papo”, valoriza.

Embora demonstre ter um olhar bastante otimista em relação ao futuro, Luciana não esconde que também tem certas angústias. “A pandemia tem trazido muitas mudanças. O planeta voltou a respirar, a nos entregar o que há de mais puro nele. Acredito que seremos melhores, mais humanos, amigos, flexíveis, mais tolerantes. Ao mesmo tempo, tenho medo de a gente voltar a ser o que era e não aproveitar este tempo de transformação”, reflete. Para ela, a pandemia exige sacrifícios, mas a recompensa virá. “Nosso próximo abraço será diferente, eu tenho certeza. Será de todo o coração. Estou com saudade de abraçar meu pai e minha mãe”, diz.

Além do podcast, enquanto não pode retomar suas atividades profissionais, para controlar a ansiedade e movimentar o corpo, Luciana tem buscado revisitar atividades de que gostava, mas nem sempre tinha tempo para se dedicar, como leitura de livros que já havia terminado ou assistir a filmes antigos. “Hoje posso acompanhar e entender as histórias com mais atenção e paciência. Tem sido ótimo”, conta.

Idealizando a retomada do programa Elas, que teve sua primeira temporada exibida entre 2013 e 2015 na TV Cultura, ela exala confiança profissional. “É um projeto com o qual gostaria de seguir a vida toda. Há muitas mulheres fantásticas e inspiradoras que nos fazem querer contar histórias”, diz. “Estamos em produção da segunda temporada. Na primeira, falamos sobre 40 mulheres do cinema brasileiro. Foi a realização de um sonho. Esta próxima estará focada em personalidades da arte em geral”, adianta. A atração ainda não tem data de estreia nem canal definidos.

Além disso, Luciana também já tem planos para retornar aos cinemas. “Será um suspense, que trata sobre as consequências de se apaixonar através das redes sociais. A ideia era começar a gravar em abril, mas não deu. Agora seguimos com ensaios on-line. Acho bacana que nos adaptamos a tudo”, conta ela.

De beleza ímpar e sem medo pela chegada dos 50 anos, que serão completados em dezembro, Luciana garante que não pensa em transformações estéticas e nem tem crises com o fato de envelhecer aos olhos do País. “Talvez um dia eu olhe no espelho e tenha vontade de mexer em alguma coisa. Por enquanto, não. Tenho pavor de injeção e acho que não preciso de intervenções invasivas. Quero ter uma beleza natural e acho que já tenho”, pontua. “Idade é apenas um número. Não sei como serão os meus 50, mas, até agora, está tudo bem”, completa.