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'Seremos banda até quando Deus permitir', diz vocalista do Sorriso Maroto

Em bate-papo com CARAS Online, Bruno Cardoso faz um balanço do ano, adianta novidades para 2014 e diz o que pensa sobre seguir carreira solo

Kellen Rodrigues Publicado em 23/12/2013, às 12h26 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Sorriso Maroto - Divulgação
Sorriso Maroto - Divulgação

Depois de um ano agitado com gravação de DVD, músicas com destaques em novelas de horário nobre (Assim Você Mata o Papai em Avenida Brasil e É Nóis Fazê Parapapá em Salve Jorge) e agenda abarrotada de shows nos quatro cantos do Brasil, era difícil imaginar como 2013 poderia ser tão bom quanto ou até superar 2012 para o Sorriso Maroto. Daí eles embarcaram para turnê na Europa, emplacaram música em outra novela das nove (Fofinha Delícia em Amor à Vida), e foram a Nova York para gravar o primeiro EP, que consideram seu maior projeto já feito em estúdio. Agora, a banda que completou 16 anos no dia 15 de dezembro se prepara para mais ‘riscos e certezas’ em 2014. 

Em depoimento a CARAS Online, o vocalista Bruno Cardoso faz um balanço do ano, adianta novidades e diz o que pensa sobre seguir carreira solo. Confira!

Sorriso Maroto ou apenas Sorriso?

O Sorriso é e sempre será Sorriso Maroto. Ninguém está livre dessa pegadinha. Todo mundo em algum momento já chamou o Sorriso Maroto de Sorriso, é coisa que as pessoas falam, mania do brasileiro de abreviar. Por que a gente também não assina Sorriso? Assinamos ‘Sorriso 15 anos’ e passou batido. Agora a gente assinou Sorriso Riscos e Certezas e isso chamou a atenção. Mas a gente já tinha notado o hábito das pessoas, éramos os únicos que não chamávamos assim. Veja bem, tem o Paralamas, Chiclete, Exalta... todo mundo acaba abreviando a coisa. O Maroto não saiu e nem vai sair, assim será por toda vida. Mas pode ser dos dois jeitos, quem quiser e se sentir à vontade pode chamar de Sorriso.

Riscos e Certezas

Os riscos de você atravessar uma marca de 15 anos fazendo música no Brasil. Você corre o risco de a qualquer momento acontecer alguma coisa, a música no Brasil é muito dinâmica. Você tem muitas possibilidades, muitos estilos, constante renovação, e permanecer no mercado por muito tempo é muito difícil. Todo dia a gente sai de casa e pode acontecer alguma coisa. Viver de musica é difícil e nessa idade depois de tantas aventuras, correr atrás de um novo sonho tem seus riscos.
E certeza é que a gente faz o que a gente ama, faz com verdade. Isso é o combustível para que a gente continue com gás. Ficamos dias fora de casa, longe da família... mas compensa, porque fomos em busca de fazer o que a gente ama. Fomos para Nova York em busca de uma qualidade sonora diferente. A gente é muito inquieto, não gosta de ficar sentado na poltrona. Quando começamos a sentir que a coisa está muito quieta procuramos algo para ganhar um gás. Riscos e Certezas é nosso maior projeto de estúdio. O ‘Papai’ (Assim Você Mata o Papai) foi uma coisa muito determinante pra gente no processo da carreira como um todo, entrou na casa das pessoas de uma forma... O público aumentou, os acessos de uma forma geral nos canais do Youtube. Mostrou que o estilo do Sorriso está aprovado pelo público e deu ter certeza que a gente estava no caminho certo.

Dias de fã com Brian Mcknight

A participação do Brian foi a cereja do bolo. Foi muito mais uma coisa nossa, não tem nenhum tipo de visão ‘vamos cantar com o gringo para ganhar fama internacional’, não tem marketing na coisa. Eu tenho todos os discos do cara, sou fã de ir em show e ficar na primeira fila, tenho influência dele na minha forma de cantar de compor. É muito mais uma satisfação pessoal minha e do Sorriso.
Quando rolou meu primeiro e-mail para o Brian eu não sabia o que escrever. Quando estive de frente com o cara, já tinha uma certa intimidade virtual, mas pessoalmente não. Vi aquele cara de dois metros de altura, eu olhava para ele e não saía nada, não falei nada, foi um silêncio mútuo. Ficamos uns 15 minutos com uma cara de pastel, sem saber o que falar. Mas depois foi muito bacana, quando começamos a tocar, fazer música. Ele falou que estava sem graça, ele não fala português e a gente mal fala inglês. Mas ele disse: ‘engraçado que a gente não consegue conversar, mas na música a gente se entende muito bem’. Que f... Aí sim a gente sentiu que essa parceria daria certo. Só tive a certeza que a música seria Mais Fácil depois do encontro na casa dele em Los Angeles. Até hoje é engraçado, ele fez alguns shows com a gente, viajou junto. Eu olhava parao lado no avião às cinco horas da manhã e ele estava do meu lado.


Carreira solo

Eu tenho uma opinião particular sobre isso, não julgo quem sai, quem decidiu sair de suas bandas teve suas razões. Mas a gente tem uma forma de trabalho, uma conduta que me deixa muito à vontade em dizer que eu não tenho pretensão de sair e não tenho motivo nenhum para isso.
Aqui não é a banda do cantor e dos meninos, é de todo mundo. Óbvio que eu tenho mais trabalho, mais responsabilidade, tenho o microfone na mão, mas isso não quer dizer que sou maior que meu grupo ou que meu grupo não me enxerga mais porque fiquei muito grande. Não sei o que passa por trás das bandas para que isso aconteça (de sair), mas acredito que tenha um fundamento. No nosso caso a gente prepara tudo como banda, dificilmente vão me ver fazendo alguma ação sem consentimento dos meninos. Para eu ir em algum lugar sozinho eles têm que falar ‘vai sozinho’. Por exemplo, no DVD do Raça Negra e do Michel Teló que eu participei representando o grupo. É tudo muito bem conversado, muito bem amarrado. Não tem essa coisa de ser um cara à parte, a gente é unido, seremos banda até quando Deus permitir.

Novo DVD

A gente está pensando no projeto, mas a gente vai gravar um DVD sim. O EP serve de trampolim de repertório, essas músicas voltam para o DVD. Será no primeiro semestre do ano que vem.

Mais mistura e menos samba?

A mistura na verdade são apenas algumas referências que a gente usa, a gente usa teclados, algumas coisas que não são 100% oriundas do pagode, a gente brinca com elementos de outros gêneros. Em seis faixas é difícil você construir uma linha musical, seja mais alegre, mais romântica... procuramos potencializar tudo que a gente teve de muito êxito no Sorriso 15 anos. Mas jamais deixaremos de fazer samba. O samba serei e pelo samba morrerei.