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Gilson Martins: revolução do design

O designer Gilson Martins fala sobre o lançamento de seu livro no Fashion Rio e conta como tirou a hegemonia do couro na produção de bolsas

<i>por Thayana Nunes</i><br><br> Publicado em 07/01/2010, às 20h11 - Atualizado em 08/01/2010, às 13h38

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Gilson Martins - Divulgação
Gilson Martins - Divulgação
Quem disse que só a bolsa de couro é sinônimo de elegância e bem-vestir? "Tirei do couro a hegemonia com materiais alternativos, design contemporâneo e estilo". Não é à toa que o designer Gilson Martins tem essa frase na ponta da língua. Suas bolsas são mais que originais e além de desfilarem por aí com famosas como Maria Paula, Danielle Winits e Camila Pitanga, já rodaram o mundo. "Os franceses e os italianos adoram!", diz o artista em conversa com o Portal CARAS, dias antes de lançar seu livro durante uma das semanas de moda mais importantes do Brasil, o Fashion Rio. Lançado pela primeira vez em 2004, Gilson Martins - Viajando no Design é a biografia de Martins, formado em Belas Artes, Cenografia e Figurino, e mostra sua trajetória de sucesso. Filho de um estofador e uma costureira, ele produziu a primeira bolsa em 1982 com retalhos de lona do pai e acabou ganhando o gosto dos colegas de faculdade. "A partir daí não parei mais!". Hoje é difícil não se encantar com as bolsas e carteiras supercoloridas e com imagens do Pão de Açúcar ou Cristo Redentor que Gilson tem em suas lojas em Ipanema e Copacabana. Uma de suas maiores conquistas foi a exposição na famosa Galeria Lafayette, em Paris, onde vendeu mais de 2.500 peças. Confira trechos da entrevista com o designer Gilson Martins e não perca a galeria de fotos! - Como surgiu a ideia de fazer um livro? - Em 2004 fui convidado pela Faculdade Estácio de Sá para fazer parte da Coleção Gente, uma série de livros com a biografia de várias personalidades como Dercy Gonçalves, Carlos Miele e Millor Fernandes. Eles estavam procurando mais gente do design, da moda, e fui o primeiro a ser procurado. Nesta edição do livro estou mais envolvido, revisamos cada capítulo, atualizamos. - E de onde vem sua inspiração para produzir as bolsas? - Onde eu morava na minha infância, brincava com meus irmãos com a vista do Pão de Açúcar, a ponte do Rio, ao bairro de São Cristóvão, à Estação Central do Brasil. O meu universo lúdico era real. Tinha uma vista de 360º da cidade. Visão privilegiada. Quando entrei na faculdade de Belas Artes tinha uma bolsa velha que levava todo meu material, como lápis de cor, aquarela. A bolsa estava fraca, e meu pai, que trabalhava como estofador, me deu retalhos de lona para consertar. Costurei, e assim que cheguei na faculdade, uma menina me disse: 'Quero essa bolsa pra mim'. Meus colegas do curso foram meus grandes divulgadores. Em pouco tempo recebia muitas encomendas, cinco, oito a cada dia. Foi um susto surpreendente de um novo momento da minha vida. - O que quer passar para as pessoas com este livro? - No geral, o que quero passar para qualquer pessoa é que não devemos desistir nunca. No livro mostro minha persistência, perseverança. É um mistério, não sei, nasceu comigo. É algo que te move. E para quem está começando neste ramo conto que passei por muitas dificuldades, de vender peças para determinadas pessoas e lugares e não receber. - Além do lançamento do livro, qual o grande projeto para este ano? - Estarei na Copa do Mundo na África do Sul. Já participei das Copas de 1998 em Paris, e em 2006, em Berlim. Ainda não tem nada definido, uma linha que seguirei, mas estarei lá. - Os estrangeiros compram muito suas bolsas? - Os franceses e os italianos compram muito! Os franceses porque eles fazem parte da história do Brasil, da nossa cultura, elem gostam mesmo. Os italianos gostam das inovações, do design, das cores.