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Atualidades / CARREIRA

Armando Babaioff justifica afastamento da TV e redes sociais: 'Perdendo o tesão'

Com o espetáculo Tom na Fazenda em SP, Armando Babaioff revela novos projetos em entrevista à CARAS Brasil

por Mariana Arrudas

marrudas_colab@caras.com.br

Publicado em 04/05/2023, às 17h00

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O ator Armando Babaioff começa nova temporada de Tom na Fazenda em SP - Foto: Reprodução/Instagram @babaioff
O ator Armando Babaioff começa nova temporada de Tom na Fazenda em SP - Foto: Reprodução/Instagram @babaioff

Com alguns remédios para gripe ao lado do computador. Foi assim que o ator Armando Babaioff chegou para a conversa com a CARAS Brasil, às vesperas de iniciar a segunda temporada da peça Tom na Fazenda em São Paulo. Com 42 anos recém-completos, o artista disse sentir a proximidade de seu auge criativo no novo ciclo, e justificou o afastamento da TV e redes sociais. 

"Eu estou extremamente analógico", começa Armando Babaioff ao dizer que se vê começando uma fase de renovação em sua vida e carreira. Sempre reservado quanto à vida pessoal, o ator afirma não estar com tempo para mexer nas redes sociais e explica que, aos poucos, elas deixaram de fazer sentido para ele, assim como alguns convites para trabalhar na televisão.

"O que virou o Instagram nunca foi a minha praia, nem no Orkut ou Facebook, então fui perdendo um pouco o tesão. Gostava do Twitter, mas não agora. Fui descobrindo maneiras de me comunicar e agora a minha maior rede social é o teatro", acrescenta. "[Na TV] não tive convites que tenham feito os meus olhos brilharem."

O último trabalho do artista na televisão foi em 2019, na novela Bom Sucesso, trama da Globo. Desde então, Babaioff afirma que está esperando por um personagem instigante, e que se sente na posição de escolher com o que gostaria de trabalhar. Sua escolha foi o teatro, lugar que começou a se apaixonar com apenas 11 anos. "O teatro sempre me levou para a televisão, sou um cara do teatro. Agora, me sinto começando do zero."

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Nesta sexta-feira, 5, ele estreia em São Paulo a temporada do espetáculo Tom na Fazenda, sucesso na França, que dura até dia 26 de maio. Para o futuro, ele já tem em andamento um projeto para direção no teatro, além de um monólogo que deve contar com a parceria do diretor Rodrigo Portella. Além disso, ele também celebra o sucesso da peça no exterior, que o rendeu convites para trabalhar com projetos teatrais na Europa.

"Estou vivendo essa utopia", afirma. "Queria que as pessoas que nunca foram ao teatro dessem uma chance". Abaixo, Armando Babaioff fala sobre a peça Tom na Fazenda, sucesso de bilheteria e crítica na França, que chegou em nova temporada no Brasil e passou por algumas capitais do país. Confira trechos editados da entrevista.


Tom na Fazenda toca em temas delicados, como preconceitos e mentiras. Qual a importância de abordar isso em uma peça teatral?
A peça, para a nossa surpresa, é um texto tão bem escrito que apenas falar que a peça fala disso ou daquilo reduz muito. O espetáculo já começa com dois personagens enlutados se encontrando, porque também é sobre isso. Fala do processo de luto. Fala de preconceito, de relações de poder, de patriarcado… Só que a maneira que o autor escolhe discutir sobre esses temas é muito poderosa, complexa. Essa complexidade das relações mostra como conseguimos compreender através de personagens também complexos. A história vai sendo contada com a riqueza desses detalhes da humanidade e tudo o que acontece ali passa a fazer sentido. A peça fala da gente. Da nossa relação com as coisas, pessoas, família, traumas do passado. É uma peça com muita humanidade.

A peça fez muito sucesso antes da pandemia. Como é retornar agora aos palcos após esses dois anos difíceis?
Vou um pouco além. Tom na Fazenda estreou em março de 2017, quando começamos a ensaiar a Dilma [Rousseff] era presidente. O período que atravessamos não foi fácil e não se resume aos últimos dois anos, falando como pessoa física e jurídica. Eu experimentei um sucateamento da cultura, quando chegamos na pandemia as coisas já não estavam boas e piorou, não apenas para a gente [atores], mas para todo mundo. Vi muitas pessoas desistindo de seus sonhos, principalmente porque não havia algo para dar suporte aos artistas. Voltar ainda é custoso, porque é uma volta desses seis últimos anos da história recente do Brasil. Estamos em uma retomada bem difícil, mas chegar em São Paulo é um alívio, só fizemos uma temporada aqui. No Rio de Janeiro conseguimos fazer 11.

Um comentário seu sobre a falta de divulgação da peça virou notícia na última semana. Por que a escolha de falar sobre nas redes sociais?
Porque Tom na Fazenda talvez seja a peça de teatro mais importante acontecendo no Brasil neste momento. Como não divulgar isso? Acabamos de voltar de uma turnê em Paris. Se não for divulgar isso, em uma agenda cultural, irá divulgar o que? O que estamos fazendo é um marco histórico no teatro brasileiro. Viajar com uma peça sem patrocínio, em uma produção independente, ano que vem vai para uma turnê de quatro meses na Europa. Como não vai divulgar?