SAMBA

Jorge Aragão manda a real sobre músicas brasileiras atuais: 'Deslocado'

Em entrevista à CARAS Brasil, Jorge Aragão confessou se sentir deslocado com as recentes mudanças no mundo da música

por Mariana Krunfli

mkrunfli@caras.com.br

Publicado em 27/03/2023, às 17h16 - Atualizado às 17h50

Jorge Aragão mandou a real sobre as músicas brasileiras atuais - Foto: Divulgação

Jorge Aragão (74), um dos principais nomes do samba no Brasil, está em turnê pela Europa neste mês. O cantor marca presença há quatro décadas no cenário musical brasileiro e acompanhou de perto sua evolução. Em entrevista à CARAS Brasil, ele mandou a real sobre as músicas brasileiras atuais e confessou se sentir deslocado com as recentes mudanças no mundo da música.

"Quando ouço alguma coisa, não tem nada a ver com o samba. Hoje, por si só, ele não me alimenta dentro da harmonia que eu gosto de fazer, de ouvir o fio melódico. Acabei parando no tempo e não tenho vontade de ficar escutando o que está novo. A não ser as pessoas novas, porque tem muita gente nova tocando, cantando e fazendo samba bom", desabafou Jorge Aragão.

O cantor, apesar de não ser um entusiasta dos novos ritmos, deixou claro que procura sempre escutar o que existe de novo na música: "Quando eu descubro alguém na internet, vou logo escutar direitinho o que a pessoa está fazendo. Porém, a maioria não me agrada. Tenho certeza que não é culpa do compositor, é um padrão que as rádios escolhem porque acham que aquele é o perfil do ouvinte. E ali eu não consigo me enquadrar. Para não ficar deslocado, prefiro conviver com a minha música dentro de casa. Qualquer coisa que eu vou ouvir tem que me chamar a atenção pelo fio melódico. Quando chama a atenção, eu escuto um bocadinho".

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"Por incrível que pareça, eu tenho escutado muitos funks americanos e gostado muito da música gospel que os mais jovens estão cantando agora. Eles estão buscando uma harmonia muito rica e, aquilo sim, traz para mim a vontade de continuar fazendo o que eu faço, porque eu não tenho compromisso com a modernidade", revelou Jorge Aragão sobre seus gostos para a música.

"O que observo quando quero uma coisa mais voltada ao samba, é que tudo ficou meio complicado. Ouvindo nem tanto, mas quando eu vejo, fica na minha cabeça um padrão de pessoas cantando com sofrência. Sempre assim, fechando os olhos, parecendo que está doendo algo que não é a música, mas outra coisa. Eu não consigo me empolgar como antigamente, quando era só pela música, melodia, e ritmo. Eu tenho preferido escutar trabalhos fora daqui", finalizou Jorge Aragão sobre o cenário atual da música.

Mariana Krunfli é da equipe de pautas especiais da Caras e AnaMaria. É também diretora do Cinéfilos, editoria da Jornalismo Júnior da ECA/USP.

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