LUCIANO ANDREY

Protagonista de Priscilla em 2012, ator fala sobre Gianecchini em nova versão

Em entrevista à CARAS Brasil, Luciano Andrey, protagonista do musical Priscilla em 2012, relembra experiência de viver produção LGBTQIA+ no Brasil

por Surenã Dias

sdias_colab@caras.com.br

Publicado em 28/06/2024, às 07h00

Luciano Andrey interpretou mesmo personagem protagonizado por Reynaldo Gianecchini no musical Priscilla - Foto: Reprodução / Instagram

Conhecido por estrelar a primeira montagem brasileira do musical Priscilla - A Rainha do Deserto, em 2012, Luciano Andrey celebrou o retorno do projeto depois de mais de 10 anos. No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, a CARAS Brasil conversou com o artista para relembrar a experiência de protagonizar um espetáculo que exalta o universo das drag queens. Ele também comentou sobre as polêmicas envolvendo Reynaldo Gianecchini, que interpreta o mesmo personagem que ele já viveu nos palcos.

"Olha, foi uma das experiências mais maravilhosas que já vivi na vida. Nem sempre nesse mercado, temos a chance de fazer trabalhos que estejam alinhados com o que a gente acredita e esse assunto é muito importante pra mim, movimenta muito meu desejo artístico", diz.

Luciano conta que dez anos depois Priscilla retorna em um momento muito oportuno, visto que a comunidade sofreu diversos ataques e retrocessos nos nos últimos anos. Além disso, ele avalia que ter grandes nomes na indústria como Pabllo Vittar e Gloria Groove, tornam a temática da peça ainda mais acessível.

"Em 2012 a arte drag não era tão celebrada como é hoje (pelo menos no Brasil). E mesmo assim, a catarse era diária. Era lindo ver o público que eventualmente começasse o espetáculo com um pensamento mais conservador e de estranhamento, se transformando diante dos nossos olhos e torcendo pela história de amor da transexual ou torcendo para que o filho aceitasse o pai sendo gay e drag Queen. A troca que a gente tinha com o público era impressionante", conta. 

Em março deste ano, Priscilla ganhou uma nova versão e desta vez com a presença de estrelas bastante conhecidas do público da TV, como Diego Martins e Reynaldo Gianecchini. Em meio às críticas quanto a presença do ex-galã global no elenco, Luciano confessa que não tem uma opinião formada, mas acredita ser legítimo as manifestações de parte da comunidade LGBTQIAP+. 

"Eu acompanhei um pouco pela mídia da repercussão e é claro que entendo de alguma forma, porque hoje em dia estamos na era do algoritmo e muitas vezes uma escalação é feita muito mais pela repercussão, do que efetivamente pela sua habilidade artística. Recentemente tivemos um artista que acabou ficando até meio exposto, porque apesar da fama, não era totalmente adequado pro papel"

"Nós somos uma comunidade já bastante machucada, combalida, em que se tem que estar atento o tempo todo: para conseguir conquistar e principalmente para não perder espaço. Então acho natural querer ver alguém que represente mesmo a comunidade nesse espaço de destaque", completa.

Leia também: Reynaldo Gianecchini revela desafio de viver drag no teatro e diz: 'Mexeu com coisas profundas'

Apesar de ainda não ter assistido ao espetáculo, Luciano garante que tem torcido para que Giane se supere e consiga entregar um ótimo trabalho ao público. "Eu realmente espero e torço para que ele esteja fazendo um trabalho maravilhoso, à altura do que um espetáculo como esse merece", diz.

SE JOGANDO NO STREAMING 

No último ano, Luciano Andrey estreou na série Luz, projeto infanto-juvenil da Netflix. Na produção, ele interpreta o chef Rui, personagem o qual avalia como uma oportunidade de se lançar ao novo, por ser sua primeira experiência no streaming. "Pra quem faz muito teatro, acaba sendo um desafio inicial entender a mudança de linguagem, de estilo de interpretação. Mas é algo extremamente prazeroso e eu estou muito feliz. Podem me chamar que eu quero é mais", comemora.

Enquanto espera a confirmação da segunda temporada de Luz, o artista diz que logo estará de volta aos palcos, mas desta vez produzindo o espetáculo “O beijo da Mulher Aranha”, junto com Ronaldo Diaféria. "A história ficou famosíssima por conta do filme do Babenco e também do musical. Mas aqui no Brasil só foi montado em 1979. Eu sou doido por bons textos, e acho isso excelente", adianta. 

 

Surenã Dias é repórter de pautas especiais do Grupo Perfil. Formado em Jornalismo, possui passagem por diversos veículos de comunicação na web. Atualmente trabalha em projetos sobre o universo da TV, famosos, novelas, música e reality shows.

reynaldo gianecchini Luciano Andrey Priscilla - A Rainha do Deserto Dia Internacional do Orgulho

Leia também

Aos 66 anos, Rosane Gofman foca em carreira no teatro: ‘Fazer até ficar velhinha’

Claudia Raia acompanha Jarbas Homem de Mello em estreia de peça

Tiago Barbosa traz versão amadurecida para O Rei Leão: ‘Começar do zero’

Após cirurgias delicadas, Tony Ramos voltará aos palcos em breve

Ernani Moraes aposta em força de peça para driblar solidão: 'Dar valor à vida'

Maurício Machado sobre ser 'torturado' por Osmar Prado nos palcos: 'É um luxo'