COLUNA

Dior traça visão da década de 1960 e celebra revolução com alfaiataria

Estilista resgata era decisiva para a grife Dior e apresenta coleção com a mulher como protagonista

Paula Martins

por Paula Martins

Publicado em 12/04/2024, às 17h00

Maison apresenta looks com inspiração nos anos 1960, com alfaiataria rigorosa e possível - FOTOS: GETTY IMAGES

Quando nós imaginamos os anos 1960 em termos estéticos, logo nos remetemos ao visual futurista influenciado pela corrida espacial, nos vestidos com corte em trapézio e cores vibrantes, nos looks experimentais e arquitetônicos e nos materiais metalizados que carregavam as influências de toda sorte de aparatos ligados à exploração do universo.

Mas na década de sessenta também tivemos um ciclo social importantíssimo, que viria a mudar a forma como as mulheres lidavam com seus papéis em toda sociedade: a revolução sexual, a mulher se colocando como prioridade, além de sua entrada no mercado de trabalho e, consequentemente, a busca por um visual que condissesse com essa nova forma de pensar e agir. A alta-costura já não fazia sentido para essa nova consumidora e as grandes marcas começaram a repensar toda sua postura diante dessa nova figura feminina, que avançaria para nunca mais recuar.

Na Dior, o estilista Marc Bohan (1926–2023) revolucionou ao introduzir, em 1967, a primeira coleção prêt-àporter da marca, batizada de Miss Dior. Foi nessa época também que sua amiga e design de móveis, a italiana Gabriella Crespi (1922–2017), assinou uma linha de objetos de casa sob o nome da maison. Foi justamente essa era decisiva para a grife Dior e para a própria figura inigualável em elegância de Crespi, que a estilista Maria Grazia Chiuri (60) resgatou nesta temporada.

Com a habitual sofisticação sem traço de afetação, a estilista traça toda a sua visão sobre a década de 1960 e a lendária coleção Miss Dior através de uma alfaiataria muito rigorosa e, ao mesmo tempo, possível, minissaias, blusas e blazers de estruturação impecável, conjuntos em xadrez, trench-coats clássicos e tons tradicionais. A revolução de Maria Grazia é silenciosa, se cria na discrição e na certeza da potência infalível de um visual bem construído.

 

 
 
 
 

 

FOTOS: GETTY IMAGES

Paula Martins

Jornalista, estilista e consultora de moda, Paula Martins traduz, em forma de conteúdo relevante, tudo o que acontece nas passarelas e nos mais influentes eventos de moda e lifestyle do mundo.

desfile moda estilista grife Dior coleção

Leia também

Nicola Coughlan, de 'Bridgerton', elege vestido poderoso para baile funk no Rio

Bárbara Evans combina looks com marido no casamento da mãe, Monique Evans

Nova coleção de estilista carioca abandona passado e prospera com inspiração no Peru

Os 6 looks mais marcantes do primeiro dia do Festival de Cannes

Estilista comemora os 50 anos de sua etiqueta com coleção que acena para o futuro

É futilidade? Entenda a história do MET Gala e sua importância na cultura