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Especialista alerta sobre tendinites e bursites: 'Limitação dos movimentos'

Em entrevista à CARAS Brasil, o reumatologista Fabio Jennings reforça cuidados para evitar tendinites e bursites

Fabio Jennings e Felipe França

por Fabio Jennings e Felipe França

Publicado em 27/06/2024, às 13h56

“Tendinites” e bursites: problemas antigos com uma nova realidade - Shutterstock

Muitas pessoas enfrentam uma rotina agitada, são várias atividades que precisam exercer ao longo do dia, mas com tantas obrigações, a saúde precisa ser tratada como prioridade, pois a repetição de alguns movimentos favorece o aparecimento de tendinites e bursites. Em entrevista à CARAS Brasil, o médico reumatologista Fabio Jennings esclarece a diferença entre as condições e faz alerta sobre: "Limitação dos movimentos".

Segundo o especialista, bursite é a denominação da inflamação de pequenas bolsas (chamadas bursas) que contem pequena quantidade de líquido e servem para acolchoar ossos, tendões e músculos próximos de articulações.

"Na bursite, a inflamação leva a um aumento do líquido dentro da Bursa e consequentemente, à dor local. Ombro, cotovelo, quadril, joelho e calcanhar são os lugares onde mais ocorrem as bursites", menciona Jennings.

Já as famosas tendinites, o Dr. Fabio reforça que o termo usado se refere aos processos dolorosos que ocorrem nas estruturas (tendões) que servem para ligar os músculos aos ossos. Jennings explica que essa nomenclatura não está errada, mas a condição vai muito além.  

"No meio científico, o termo 'tendinite' foi substituído por tendinopatia porque atualmente já se sabe que não há inflamação no tendão e sim, alterações na estrutura e função das suas fibras de colágeno. As regiões do corpo onde mais acontecem são os ombros, cotovelos, punhos e joelhos", explica. 

Apesar das diferenças, o Dr. Fabio esclarece que frequentemente as tendinites e bursites ocorrem em até dois locais ao mesmo tempo, sem queixas de dores em outras articulações do corpo: "Outra característica que chama atenção para pesquisar causas não mecânicas é o aparecimento de “tendinites” bilaterais, ou seja, dos dois lados dos membros".

"Contudo, quando se observam dores em tendões ou bursas de vários locais, deve-se investigar causas sistêmicas na origem das alterações, principalmente se houver sintomas em outros órgãos, por exemplo diarreia e lesões na pele", afirma.

QUANDO SE PREOCUPAR?

Gestos simples como pegar o filho no colo, abrir a tampa do pote de geleia e usar o teclado e celular durante o dia podem se tornar um desafio com a dor provocada pelas duas condições. O Dr. Fabio declara que quando as dores começam a limitar os movimentos e impactar na qualidade de vida do paciente, elas precisam ser investigadas.

"Por conta da dor local, as tendinites e bursites causam limitação dos movimentos e encurtamento dos músculos vizinhos levando a um impacto negativo nas atividades de vida diária (como tomar banho e vestir-se) e na produtividade no trabalho, dependendo da profissão da pessoa", avalia.

O reumatologista alerta para necessidade de um acompanhamento médico em pacientes com essas condições: "Caso a doença não seja tratada, um ciclo vicioso de dor crônica pode se instalar dificultando ainda mais a resolução da doença".

TEM TRATAMENTO? 

Segundo o especialista, o diagnóstico precoce correto e a identificação dos fatores causais e predisponentes são fundamentais para a instituição do tratamento adequado por meio de medicamentos a curto prazo, do controle das doenças associadas e da reabilitação com exercícios individualizados e correções posturais.

"A fisioterapia é fundamental no tratamento por meio da correção das posturas no trabalho ou nas atividades esportivas e dos desequilíbrios musculares através de exercícios fisioterápicos. Nos casos em a pessoa já tenha alguma doença sistêmica, como por exemplo as artrites, a doença de base deve ser tratada adequadamente", finaliza o reumatologista Fabio Jennings.

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Fabio Jennings e Felipe França

Dr. Fabio Jennings é médico reumatologista (CRM 86539 SP) do corpo clínico do Albert Einstein com Especialização em Medicina Esportiva pela Universidade de Stanford- California (EUA) e mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Paulo- Unifesp. Atua também como ⁠Supervisor e Assistente da residência de reumatologia da Unifesp e como ⁠coordenador da comissão de mídias da Sociedade Paulista de reumatologia e coordenador da comissão de coluna vertebral da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

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