Entenda o transtorno bipolar, a doença da atriz Catherine Zeta-Jones

Especialista evidencia os sintomas do transtorno bipolar e explica como os altos e baixos da fama podem agravar a doença

Redação Publicado em 04/05/2013, às 15h16 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Catherine Zeta-Jones - Getty Images

A nova internação de Catherine Zeta-Jones nesta semana entristeceu os fãs que torcem pela sua recuperação. A atriz, que há tempos luta contra o transtorno bipolar, esteve em uma clínica de reabilitação em 2011

Em entrevista à CARAS Online, o psiquiatra Leonard Verea (59) explicou os sintomas da doença que, segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria, atinge de 4 a 5  milhões de brasileiros. Verea fala ainda sobre como a fama pode prejudicar ainda mais quem já sofre com o distúrbio.

"Para caracterizar o transtorno bipolar, podemos dizer que é quando se alterna momentos de depressão e mania [ou euforia]", diz Verea. No caso de Zeta-Jones, a doença é caracterizada como tipo 2 - definida com a predominância da fase depressiva e a mania mais suave. "Clinicamente não fazemos muito essa distinção [sobre as variações da doença]. Temos que distinguir se é depressão ou fase depressiva da bipolariade. Aí sim é muito sutil a diferença", diz o especialista.

A preocupação com a própria imagem e a recorrente necessidade de sentir-se aceito, nuances em comum para muitas celebridades, podem agravar o estado de saúde do paciente bipolar. "As personalidades que estão em uma fase decadente da fama, e que não se acostumam com a ausência dos holofotes, podem sofrer mais. Entramos numa questão que é a da autoestima - uma parte muito mais emocional e que não depende de aspectos clínicos", conta Verea.  "Se essa pessoa que curtiu o sucesso não aprender a lidar com a parte sucessiva, facilmente vai desenvolver um quadro de depressão. Se ela for propensa a ter um transtorno bipolar, é neste momento que irá desenvolver a  doença", completou.

Segundo o psiquiatra, os medicamentos estabilizadores de humor devem vir acompanhados do processo terapêutico. Os atores, segundo ele, fariam muito bem em buscar na terapia uma maneira para conseguirem distinguir com clareza a ficção e a realidade. "Eles precisam ter equilíbrio, para saber quem são e quando estão no palco representando", acrescenta.

Verea fez questão de elogiar atitudes como a de Zeta-Jones, uma vez que a estrela não procurou esconder do público o problema que estava enfrentando. "Um ídolo tem um forte apelo social e um grande poder. Se ele tiver a humildade de dizer que tem essa patologia e vem a público dizer que está se cuidando, a maior parte dos anônimos que sofrem com a mesma doença virá a tona buscar ajuda", avaliou.

Diagnóstico

O que pode prejudicar os portadores da doença é a dificuldade do diagnóstico a um curto prazo. "Não são só as pessoas, mas a maior parte dosmédicos confunde transtorno bipolar com depressão. Isso complica demais porque o tratamento da depressão é totalmente diferente do transtorno bipolar", salientou o especialista. "Com o histórico do paciente conseguimos fazer, na maior parte das vezes, essa distinção", destacou.

A mudança de comportamento do paciente, com a descoberta do transtorno, passa a ser fundamental para o controle da doença. "Depois dos susto que eles levam, geralmente eles adquirem essa disciplina", evidenciou Verea.

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