O grande e novo salto de Daiane dos Santos

O mito da ginástica confessa na Ilha de CARAS o sonho de ser mãe

por Daniel Vilela Publicado em 29/06/2016, às 10h37

Com o mesmo charme que usava em suas apresentações de solo, Daiane fala da alegria de comentar na Globo os Jogos Rio 2016. - CADU PILOTTO

Das competições por medalha para a tela da televisão foi um pulo. Ou melhor, vários. Afinal, foi com seus inconfundíveis saltos, alguns deles mortais como o duplo twist carpado, que Daiane dos Santos (33) conquistou não só a admiração dos brasileiros, como também o seu lugar no Time de Ouro de comentaristas da Globo nos Jogos Rio 2016, que vão de 5 a 21 de agosto.“É um prazer poder fazer parte de uma Olimpíada em casa mesmo que, dessa vez, seja de uma forma um pouco diferente”, diz a atleta, na Ilha de CARAS. Após 19 anos de dedicação integral à ginástica artística, ela confessa que não foi fácil a aposentadoria, em 2012, mas admite que era a hora. “Já não tinha mais ânimo para treinar. Se não for para me dedicar 100% no que faço, é melhor parar”, pondera. Em meio ao passeio à beira-mar de Angra, a ex-ginasta confidencia que agora não se furta de passar mais tempo com quem ama e de pensar mais em sua vida pessoal. “Hoje fico mais com minha família, gosto de reunir os amigos para fazer um churrasco. Só não vou muito mais em balada, estou ficando velha”, conta, aos risos. A vaidade da atleta ainda persiste como comentarista do time de ouro. “Adoro me cuidar e faço vários procedimentos estéticos, curto ir ao salão de beleza e colocar a fofoca em dia”, brinca.

Atualmente morando em São Paulo, Daiane está solteira desde o fim da relação de três anos com o lutador de MMA Ramon Martins, no fim de 2015. “Se você gosta de alguém de verdade, tem de entender que se não está legal para os dois, é melhor terminar e continuar com a amizade”, explica, antes de revelar que está aberta a um novo amor, mas com ressalvas. “Cheguei em uma fase da vida em que quero um algo a mais na hora de me relacionar. Alguém para fazer vários planos juntos. Se for para fugir disso, melhor nem se envolver”, diz. Em breve, a pequena notável ainda deseja realizar o grande sonho, ser mãe. “Meu relógio biológico ‘grita’ por um filho, mas agora não dá. Quero dar uma desacelerada para poder dedicar minha vida a ele. Adoro criança e acho que todo mundo tem de deixar uma sementinha aqui na terra”, conta.

Daiane fez história na ginástica brasileira ao se tornar campeã mun dial no aparelho solo, nos Estados Unidos. Foi a primeira atleta a conquistar ouro pelo Brasil no esporte. Ela coleciona também cinco medalhas em pan-americanos, sendo duas de prata e três de bronze, além de três participações em Olimpíadas: Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012. Mesmo longe das competições, Daiane ainda mantém muito da força e da flexibilidade dos tempos de atleta. “A ginástica é um esporte muito estético, exige que você seja perfeita e esteja magérrima. Agora, não tenho mais essa obrigação. Mas ainda faço uma coisinha ou outra, pelo menos o que dá, na academia do meu prédio”, confidencia ela, que tem 53kg distribuídos por 1,46m. Com tantos anos de dedicação ao esporte, Daiane lembra de privações, mas não se arrepende de nada. “Não tem como ser um atleta olímpico sem amar demais o que você faz. Treinava de oito a nove horas por dia. É árduo! A gente sente dor, fica cansada, sofre golpes duros. Quantas vezes ligava para casa com o coração apertado, porque estava do outro lado do mundo por conta de uma competição? Mas acho que a paixão em representar o Brasil é o que faz a gente superar isso tudo”, ressalta, orgulhosa.

 

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