Dilema feminino: o que Gisele Bündchen, Claudia Leitte e mães que trabalham têm em comum

Ana Paula de Andrade Publicado em 08/03/2013, às 09h28 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Gisele Bündchen e Claudia Leitte: nem as famosas estão livres dos dilemas de conciliar filhos e carreira - Foto-Montagem

Ser mãe e continuar se dedicando à carreira é um cenário bem comum para a maioria das brasileiras. Mas isso não quer dizer que a ‘missão’ seja tarefa fácil. E a reação a esse dilema tem seus extremos: há mães que abrem mão de continuar trabalhando para se dedicar integralmente ao bebê e há aquelas que reduzem drasticamente a licença-maternidade para retornar ao escritório. Foi o caso da americana Marissa Mayer, presidente do Yahoo!, que retomou suas atividades profissionais apenas duas semanas após o parto, gerando uma imensa polêmica. E na semana passada, Marissa anunciou que o Yahoo! não permitiria mais que seus funcionários trabalhassem de casa. A situação irritou particularmente as mães, que não tardaram a lembrar que a CEO tem uma área, dentro do próprio Yahoo!, exclusiva para seu bebê, próxima ao escritório.


Afinal, não existe um “caminho do meio”? Para Anne-Marie Slaughter, ex-funcionária do alto escalão do governo americano, que deixou seu posto no Departamento de Estado para se dedicar à família, a mulher simplesmente não pode ter o melhor dos dois mundos. “É hora de parar de nos enganar. Mulheres que conseguem ser mães e profissionais dedicadas são super-heroínas, ricas ou donas do próprio negócio”, disse em artigo publicado na revista The Atlantic. Anne questiona o estereótipo “mãe-executiva” e diz que ele pode ser extremamente opressor para as mulheres, que se cobram ser “perfeitas” em ambos os papéis.


E nem as famosas escapam dos dilemas da dupla jornada, apesar da invejável estrutura que têm à disposição. "Estamos constantemente coordenando nossas agendas diárias para ter certeza de que teremos algum tempo em família todos os dias", declarou a top Gisele Bündchen, que é mãe de Vivian e Benjamin. A cantora Claudia Leitte também já relatou as dificuldades de conciliar a agitada carreira com a  criação dos filhos Davi e Rafael. “Sou o tipo de mãe que gosta de participar de tudo. Pago um preço alto por isso, mas no final de tudo são só as olheiras”, disse.


“Não dá para bancar a ‘mulher maravilha’ e querer segurar tudo sozinha. É preciso ter uma boa estrutura para te apoiar”, afirma Christiane Silva Messias, designer. Trocar a rotina no escritório pelo trabalho autônomo em casa foi essencial para que ela pudesse acompanhar de perto o crescimento do filho Matheus, hoje com 2 anos. E diz que conciliar trabalho e maternidade exigiu - e ainda exige -  muito jogo de cintura. Mas, mesmo com o estresse da dupla jornada, na qual muitas vezes não pode contar com a ajuda do marido, ela nunca pensou em abandonar a carreira. “Não me sentiria feliz se me anulasse profissionalmente”, acrescenta. Mas ela acredita que o tratamento na empresa onde trabalhava mudou após ter o bebê e que isso foi decisivo para o seu desligamento. “As empresas querem que você esteja 100% disponível, e a mãe nem sempre tem essa disponibilidade”, diz.


Mas no exterior, o cenário parece estar mudando e o mercado dá sinais de sentir falta dessas mães em seus quadros de colaboradores. E a tendência é forte principalmente em áreas que exigem profissionais qualificados, como consultorias e bancos. A consultoria americana McKinsey & Co., por exemplo, vem recrutando as mulheres que deixaram seus postos na companhia por causa de suas famílias. Outras empresas, como o banco de investimentos Goldman Sachs Group, têm até programas dedicados exclusivamente a reconquistar essas mulheres. Para ‘resgatar’ esses talentos, as empresas estão oferecendo algo que a maternidade exige: flexibilidade. As mães podem trabalhar apenas parte do dia ou fazê-lo em casa, o que permite que estejam mais próximas dos filhos sem tanto sacrifício.


Para Ana Paula Sales, supervisora de marketing de produto da Ford, o total apoio da empresa, onde está há 18 anos, não foi suficiente para que não sentisse algo que as mães relatam com certa frequência: a culpa. O filho Raul, de 3 anos, hoje está na escola, o que a tranquiliza. “Quando voltei a trabalhar, me senti culpada por não estar com o meu filho, mas isso logo passou. Tive o cuidado de escolher uma escola de confiança e isso garante que eu tenha foco durante o expediente”, diz. “E quando volto para casa, meu tempo é só do Raul. Consegui conciliar os dois papéis numa boa”, revela.


Equilibrar trabalho e maternidade é questão de autoestima para a neurologista Fernanda Boulos, mãe de Beatriz, de 3 anos, e Helena, de 6 meses. “A maternidade é a parte mais importante da minha vida, mas não a minha vida inteira”, afirma. “Sinto que abrir mão da minha vida profissional, a qual dediquei anos, seria uma agressão. Não quero que minhas filhas tenham que lidar com uma mãe frustrada”, acrescenta a neurologista, que também destaca o apoio do marido como fator fundamental. Ela acredita que uma mãe que trabalha, mas que quando está presente é amorosa e acompanha a vida das crianças é mais salutar do que uma mãe que "abriu mão de tudo por elas". Apesar de aparentemente bem resolvidas, é nítido que as mães se sentem culpadas por não estarem sempre ao lado dos filhos. “São escolhas, e acredito que não há verdades absolutas. Cada esquema funciona bem para cada mãe”, conclui Fernanda.

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