Vírus, bactérias e doença de Crohn são alguns dos causadores de ileíte

Mariza Helena Prado-Kobata Publicado em 14/11/2007, às 15h44 - Atualizado em 08/11/2012, às 19h13

Mariza Helena Prado-Kobata -
Ileíte é a inflamação do íleo, porção final do intestino delgado. Os alimentos "processados" no estômago passam ao intestino delgado e, então, ao intestino grosso ("trato gastrointestinal"). O intestino delgado é formado por jejuno e íleo. No íleo, sobretudo em sua porção final, ocorre a absorção de nutrientes fundamentais para o corpo, como ferro, sódio, ácido fólico e potássio. A ileíte ocorre de forma aguda ou crônica. A aguda pode atingir pessoas de qualquer faixa etária. Em geral é causada por microrganismos como bactérias e vírus, entre eles salmonelas, shigellas, enterococos, rotavírus e citomegalovírus. Os vírus são adquiridos de várias formas, sobretudo pela via respiratória, podendo causar sintomas gerais em outros órgãos e no trato digestivo. Quando se ingere líquidos e/ou alimentos contaminados por bactérias, pode ocorrer uma infecção em série, inflamando cada órgão por onde passam. É comum, nessa situação, a pessoa ter gastrite, enterite e colite, o que é chamado de gastroenterocolite aguda. Os sintomas são: aumento no volume do abdome, vômitos, dores abdominais em cólica, mal-estar seguido de diarréia. Às vezes há também febre. O doente pode se desidratar em poucas horas e precisar de hidratação por via oral ou, nos casos mais graves, pela veia. A ileíte crônica, de outro lado, se caracteriza quando os sintomas persistem por mais de duas semanas. Muitos microrganismos podem causar a moléstia sobretudo em imunodeprimidos. Também podem causar ileíte crônica nessas pessoas amebíase, citomegalovírus e tuberculose. Uma das causas mais freqüentes de ileíte crônica na população em geral, porém, é a doença de Crohn. Normalmente ocorre no íleo e no ceco (porção inicial do intestino grosso), mas pode atingir todo o "trato gastrointestinal", provocando lesões da boca ao ânus. A inflamação pode ser em um ponto ou em vários segmentos diferentes. Se não for tratada, pode se aprofundar, atingindo todas as camadas da parede intestinal, até com a formação de abscessos e fístulas. Os sintomas mais freqüentes são: emagrecimento, perda de apetite e de peso, dor nas articulações, lesões de pele e na região anal, com o aparecimento de fístulas e fissuras. A doença de Crohn manifesta-se sobretudo em adolescentes ou adultos jovens. Sua causa ainda é desconhecida. Aceita-se a possibilidade de se tratar de uma doença genética. Assim, quando atinge um indivíduo, é possível que outros da mesma família venham a apresentá-la. Entre os fatores desencadeantes estão estresse, ansiedade e alimentação inadequada. Pessoas com sintomas devem consultar logo um médico especialista. O diagnóstico inicial pode ser comprovado com exames de imagem, em especial pela colonoscopia, que, além de verificar e fotografar o aspecto das lesões, pode fazer biópsias para sua comprovação histológica. A colonoscopia é importante pois possibilita descartar outra doença grave, o câncer colorretal, que muitas vezes dá sintomas semelhantes aos da ileíte. Quando é diagnosticado no início, tem altos índices de cura. A ileíte aguda em geral é auto-limitada, durando alguns dias e se curando. Basta que o doente se mantenha bem hidratado e, se necessário, seja tratado com remédios, para controlar os sintomas, e antibióticos. O tipo crônico causado por microrganismos também tem tratamento eficaz. Já a doença de Crohn ainda não tem cura. Mas, se o paciente for tratado com medicamentos, é possível mantê-lo sadio. É importante igualmente que tenha uma vida e uma dieta alimentar saudáveis. Assim, pode levar uma vida praticamente normal.
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