Verão Dior 2007 chega calmo, tão calmo, que... será que Galliano tomou uma overdose de Lexotan?? Ou, pior, sem querer engoliu um "boa noite cinderela"
? Anyway, acho que era isso que
Monsieur Bernard Arnault,
the bigbig boss, queria: uma coleção pra lá de comercial (banal?) que -
I'm absolutely sure - as clientes vão adorar e comprar. Até porque são modelitos bonitinhos, desses que os maridinhos riquinhos aprovam incondicionalmente. Mas...
sorry, não são mesmo "crepitantes", e não conseguem incendiar os corações mais entendidos. Muito
drapê, muito bordado, muito pano prá cá, muito pano prá lá, mas...o que há de novo mesmo?? Nadinha queridinha. Adeus imaginação/piração, e - aiaiai - é isso que empurra a moda pra frente. Será que o nosso
magic-theatre-fashion já era?? Acho que sim. Fico muito triste. Cadê aquele festim de cores delirantes? Cadê aquelas irreverências transformistas (quasequase "saltos mortais")? Cadê aquelas
ladies misteriosíssimas vagando pelos castelos decadentes?? A chamada vida real fica cada dia mais banal, e tudo que nos resta é cair na irreal, o ultimíssimo dos esconderijos, onde - não sei bem como - conseguiremos vencer a mesmice mundial.
Anyway, se você anda precisando de calmaria (e não conseguiu nem uma mísera receitinha de Lexotan), então ... por que não dar uma de senhora sensata?? Entre num tailleurzinho"bem educado", bordado com rosas de renda guipure (ui!), debruados com correntes incrustadas num galão de couro e articulações vazadas nas mangas. Nos vestidinhos de malha
day by day, mais correntes ou argolas de correntes passeiam por aqui ou por alí. Até "a bolsa da vez" chega toda "acorrentada". À noite, metros e mais metros de jérsei cetim se contorcem em drapeados "conhecidos", enquanto trechos bordados (cristal, pérolas, etc...) cintilam pacatamente. O que eu acho disso tudo? Um tédio! E um medo. Num close bárbaro (foto
Márcio Madeira) vejo um
new Galliano, careta como um banqueiro elegante. Tomara que seja pura gozação. Mas - socorro! - e se for submissão??
FOTOS: MARCIO MADEIRA