Saiba o que é a hepatite B, doença grave, e o que fazer para evitá-la

Raymundo Paraná Publicado em 06/06/2007, às 11h35

Raymundo Paraná -
Salvador sediou, de 31 de maio ao último dia 2, o X Simpósio Internacional de Terapêutica em Hepatite Viral - Hepatologia do Milênio 2007. O objetivo do evento - que é promovido pela Associação do Curso de Pós-Graduação em Medicina da Universidade Federal da Bahia, Fundação Oswaldo Cruz, de Salvador, Sociedade Brasileira de Hepatologia e Associação Baiana para Estudos do Fígado - foi ampliar a capacitação dos médicos para lidar com portadores de moléstias hepáticas. As hepatites virais se caracterizam pela inflamação do fígado causada por vírus. Existem vários tipos; cinco são identificados: A, B, C, D e E. Mas a que mais assusta é a hepatite B, pelo grande número de indivíduos infectados. Só para se ter uma idéia, por volta de 2 bilhões de pessoas no planeta já entraram em contato com o vírus. Cerca de 350 milhões são portadoras crônicas e podem transmiti-lo a outras pessoas. E mais: morrem todo ano 1 milhão de indivíduos na Terra por doenças crônicas causadas pelo vírus, incluindo cirrose e câncer de fígado. O Ministério da Saúde estima que 3 milhões de brasileiros estão cronicamente infectados pelas hepatites B, C e D. O VHB é contraído ao se ter contato com sangue e outros fluidos dos portadores. Na maioria dos Estados, isso ocorre sobretudo nas relações sexuais sem a proteção de camisinha. Pode-se contraí-lo ainda em transfusões de sangue (atualmente muito raro), no uso compartilhado de seringas pelos dependentesde drogas injetáveis e ao se ferir com objetos cortantes ou perfurantes contaminados com sangue de portadores do vírus. A mãe infectada também pode transmitir o VHB ao filho, em geral no parto; mas algumas raras vezes a contaminação ocorre ainda no útero. O período de incubação do microrganismo é de 15 a 180 dias. Como outras viroses causadoras de hepatite, as infecções pelo VHB costumam passar despercebidas na fase aguda. Só 30% dos contaminados desenvolvem sinais da hepatite, como olhos amarelos e urina escura. Os demais apresentam um quadro clínico que na maioria das vezes não permite identificar a doença. Mas 5% a 10% dos adultos que se infectam com o vírus não conseguem curar a infecção. Albergam-no em seu organismo e, ao longo de algumas décadas, correm o risco de vir a ter as formas mais avançadas das doenças do fígado, ou seja, cirrose e câncer. E o mais grave é que, nesse período, em geral não apresenta nenhum sintoma específico. É possível evitar a hepatite B com vacina, disponível no Brasil até no serviço público. É eficaz e quase não tem efeitos colaterais importantes. São três doses, em qualquer idade, nos indivíduos não imunizados. A segunda é tomada 30 dias depois da primeira e a última, cinco meses após a segunda. Qualquer um pode saber se é portador do VHB. Basta procurar seu médico e pedir para fazer um exame de sangue específico, o AgHBs. Já existe tratamento para a infecção pelo vírus. É feito com imunomoduladores e antivirais, como os interferons, lamivudina, entecavir, adefovir e telbivudina. O tratamento evita que a doença do fígado evolua para cirrose e/ou câncer. O Brasil está entre os poucos países em desenvolvimento que adotaram um programa de prevenção, assistência a portadores/doentes e capacitação de profissionais de saúde para lidar com as hepatites virais. Trata-se do Programa Nacional de Hepatites Virais, do Ministério da Saúde. Progredimos nos últimos cinco anos, claro, no entanto ainda temos um longo caminho a percorrer até que essas doenças sejam realmente controladas no país.
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