Uma coisa é verdade: esta dupla sempre consegue agitar o pedaço. Quando começaram (tipo
ten years ago), suas roupas, consideradas "obras de arte", assim que apareciam nas passarelas da vida eram imediatamente adquiridas pelos museus do planeta. Looks impressionantes, absolutamente teatrais (irreais??), mas que,
anyway, provocavam um zunzum legal no mundinho fashion (cada vez mais mundão...). Jamais vou me esquecer daqueles sininhos pendurados num modelão (efeito sonoro), até então só utilizados nos pescocinhos das cabras de boa família, para serem localizadas quando perdiam o rumo de casa... Pouco a pouco, Viktor & Rolf foram caindo num
style mais real, ainda que nunca (mas nunquinha mesmo) seus fashion-shows tenham sido "qualquer nota". Na ultimíssima coleção (inverno 2007), as coitadinhas das modelos desfilavam carregando tubulações de aço pesado e iluminações "farolentas", lembra? Agora, para o verão 2008 - outra surpresinha, claro -, o cenário (uiuiui!) foi o rosto gigante de
Shalom Harlow, sendo que sua boca era exatamente a "boca da cena" por onde saíam os novos modelitos. Efeito bacana. Roupas, nem tanto. Inspiração: o mímico extraordinário que foi
Marcel Marceau. Muita seda, muita renda chantilly. Quasequase colombinas avançavam langorosamente, exibindo boa parafernália estilo "me beija, Pierrô": golas embabadadas, rendas incrustadas, festival de pompons e... violões! (não, eu não disse que eram os violões de
Picasso), transformados em golas surrealistas. Aiaiai, essa originalidade forçada que às vezes (tantas vezes...) fica gratuita, absurda. Losangos em branco e preto nos saltos das sandálias altíssimas, daquelas "balança mas não cai". O que mais? Smokings tecnicamente perfeitos, a volta da calça palácio-pijama, mantôs lembrando robes de chambre, ainda que fossem
very Schiaparelli!
Sorry, queridinhos, mas desta vez não achei nada muito arrebatador. Ao contrário: foi "envelhecedor"!