Renovar os seus clássicos. Esta é a forma que muitas marcas tradicionais, como a de Miuccia Prada, encontraram para criar desejos sem perder identidade. No caso de um DNA tão forte como o da Prada, trata-se de uma tarefa ainda mais difícil. Afinal, o que se espera é algo realmente novo. Mas Miuccia não decepciona. A agradável surpresa aparece já nas formas de trabalhar os tecidos. Tecnologia aliada à ousadia de cortar as peças a fio e ainda deixá-las sofisticadas é a cara do verão da marca. Displicência milimetricamente pensada para criar uma atmosfera real e ao mesmo tempo cheia de efeitos de passarela. Jaquetas cropped (curtinhas) viram acessórios na básica produção bermuda mais camiseta. Aliás, a bermuda continua alegrando o guarda-roupa de quem não abre mão de conforto na hora de mostrar as pernocas. Para as mais ousadas, minishorts fazem o contraponto para casacos longos - proposta que fica modernérrima nas peças com estampas fotográficas de cenas distorcidas de praia. Neste momento, as cores entram no desfile - que até então favorecia tons neutros -, em misturas de azul intenso e amarelo-ouro sobre o dégradé de cinza. Os tops com decotes nadador ganham volume em modelagens triangulares. Vestidos curtos, de saias levemente pregueadas, deixam a sensualidade por conta de suas partes de cima. Porém, compostas por largas faixas que cobrem o colo e mostram a barriguinha, elas não são sempre bem-sucedidas, valorizam pouco a silhueta. Os tubinhos com recortes logo abaixo do busto são melhores. Entre os acessórios, sandálias com saltos quadrados e uma espécie de cascata de cristal que cria textura e leveza. As tão queridas bolsas são médias, com alças curtas, e misturam este formato clássico com a moderna transparência dos materiais. Não estaríamos falando da Prada se não fossem todos estes elementos minimalistas e tecnológicos. A coleção deixa de lado o estilo utilitário e investe nos básicos reeditados. Quem não quer?