Geométricos étnicos e perfeitos.
Sem dúvida um dos mais celebrados estilistas da nova geração, Riccardo Tisci mostrou mais uma vez porque está à frente da Givenchy. Ele consegue ser intenso, romântico e moderno sem perder o foco. Seus olhos seguem voltados para mulheres fortes que não temem novas proporções. Trabalhando modelagens retas, o estilista propõe na primeira parte do desfile a alfaiataria masculina. Valoriza a silhueta com blazers acinturados, decotes profundos e grafismos em preto e branco. O jogo de listras verticais e horizontais em uma mesma peça mostra toda a sua delicada capacidade de criar efeitos marcantes. Brinca com os contrastes nas largas lapelas dos vestidos e nos tops com jeitão de tuxedo. A leveza dos looks começa a aparecer na segunda parte da coleção, com modelos de tule drapeado no melhor estilo Roma antiga. Para este volume de tecido, nada como uma boa calça harém. Pelo visto, a onda dos modelitos com ganchos baixos e comprimentos na canela continua. Já as saias têm modelagens mais sequinhas, com discretos evasês e minicomprimentos. Sem esquecer um detalhe: largas faixas de tecido arrematando o visual. Mas o melhor ainda estaria por vir, na terceira e última parte do desfile. Estampas que misturam influências árabes com o psicodélico dos anos 1960 sintetizam todo o talento deste jovem criador. E, sem medo de exageros, consegue mesclar o lado rocker da legging com efeito de tatuagem com o feminino dos babados que marcam a cintura. Este momento ultrafeminino também aparece nas sedas trançadas das bolsas e nos vestidos com costas de fora no decote nadador. O contraponto de peso fica por conta das plataformas altíssimas dos sapatos. A Givenchy - marca tão antiga e tradicional - teria tudo para parar no tempo e virar um ícone do passado. Mas a cada temporada ela se renova e apaixona com seu estilo forte e sensual. E o melhor de tudo? Alto índice conceitual com grande apelo comercial. Pode até não caber em todos os bolsos, mas caberia perfeitamente em qualquer guarda-roupa.