Programa propõe o fim da fumaça do tabaco em ambientes fechados

Luizemir Wolney C. Lago Publicado em 26/09/2007, às 12h58

Luizemir Wolney C. Lago -
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo lançou o programa Ambientes Livres do Tabaco. O objetivo é incentivar estabelecimentos comerciais, empresas e prédios públicos a banir a fumaça do tabaco de seus espaços internos. Assim, colaboram para evitar que os não-fumantes inalem a fumaça lançada no ar pelos fumantes. Hoje se sabe que também os "fumantes passivos" correm o risco de desenvolver inúmeras doenças graves. A meta é ter o programa funcionando em todos os municípios paulistas até 2011. A adesão é livre. Prédios públicos, estabelecimentos e empresas que aderem recebem da secretaria uma espécie de selo com a inscrição "Ambiente Livre do Tabaco, um Direito de Todos", que deverá ser afixado em sua entrada. Eles são obrigados a banir o consumo de tabaco em suas dependências; desenvolver campanhas de conscientização dos funcionários sobre os riscos do tabagismo; e providenciar tratamento para os seus dependentes. Além disso, serão fiscalizados por um comitê criado especialmente para a função. O programa Ambientes Livres do Tabaco insere-se num grande esforço que a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz - com a participação das entidades brasileiras de saúde - para banir o tabagismo do planeta. Está provado que há na fumaça do cigarro 4 700 substâncias, pelo menos 30 prejudiciais à saúde. As mais perigosas são a nicotina e o alcatrão. Parte das substâncias presentes no tabaco são cancerígenas, outras simplesmente irritam os pulmões. Sabe-se que quem inala fumaça de cigarro, mesmo que de forma "passiva", pode ter também mais tosse, bronquite e asma, por exemplo. O monóxido de carbono, de outro lado, liga-se à hemácea, célula sanguínea que transporta o oxigênio, diminuindo a capacidade de oxigenação dos tecidos e podendo causar infarto, derrame e a necessidade de amputação dos membros inferiores, por exemplo. Já a nicotina altera o sistema nervoso central, deixando o fumante mais "aceso", o que cria dependência. Outro prejuízo fundamental que o fumo causa ao organismo é predispor às doenças cardíacas e à arteriosclerose, ou seja, danificação dos tecidos internos dos vasos, com a conseqüente deposição de cálcio e de gordura, o que pode levar ao derrame cerebral, ao infarto e até à morte. Em mulheres, existe o risco de provocar abortos e dificultar o crescimento do feto. De acordo com as estatísticas da OMS, morrem todo ano 5 bilhões de pessoas no planeta - sendo 200 000 no Brasil - por doenças causadas pelo tabagismo. Está provado que muitos que nunca fumaram morrem de câncer por conviver com fumantes. O ideal, claro, é parar de fumar, mas só 3% dos fumantes o conseguem quando decidem abandonar o vício. Os restantes enfrentam grandes dificuldades. Afinal, as substâncias presentes no tabaco proporcionam certo prazer. Assim, no momento em que interrompem o hábito, os receptores cerebrais de nicotina "reclamam". Podem ter irritabilidade, ansiedade, falta de concentração e, nos casos mais graves, até depressão. A maioria, infelizmente, só se livra do vício com tratamento. O tratamento em geral é multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. Boa alternativa no serviço público, em São Paulo, é o Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), cujo telefone é: (011) 3329-4467. Na própria capital, interior e litoral também há centros especializados no tratamento do tabagismo, com atendimento gratuito. Em âmbito nacional, pode-se recorrer ao Instituto Nacional do Câncer (Inca), cuja sede é no Rio de Janeiro. O telefone é: (021) 0800.7037033.
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