Ele é um gênio. Vai daí que, desde que
Nicolas Ghesquière assina as coleções da Maison Balenciaga, Paris acorda no maior tititi. E AGORA??? O que vai acontecer no inverno 2008/09 europeu?? Tudo é uma emocionante surpresa. Seus modelos de látex estampados com paisagens chinesas me fizeram lembrar, no ato, dos biombos deslumbrantes que um dia vi no apartamento pessoal de
Mademoiselle Chanel. Outros looks intrigantes? Os tops de panejamentos drapeados que parecem, apenas, recém-alfinetados no atelier. Cores "
magiques" (azul pavão, rubi, chocolate), lusco-fusco de veludo de seda pura com forro de tafetá. É um luxo (é um... desvario??), quasequase uma pintura de
Goya "em ação", dá para entender?? Claro, essa pitada de drama espanhol vem do DNA da maison, porque - como todo mundo sabe - Balenciaga nasceu no País Basco, olé! É absolutamente fascinante "
the way" Ghesquière, que mistura essa herança cultural "faustosa/suntuosa" com sua paixão pelas superfícies tecno. Ninguém como ele para "confrontar" texturas, cores contraditórias e até "expressões" de épocas (e comportamentos) completamente diferentes. Vai daí que o látex emborrachado aparece numa jaqueta - no mínimo extraordinária - sob tratamento armadura de samurai. Fatias de plástico e de shantung se fundem num mesmo tubo
shape "saco". E as calças adesivas (que as mulheres adoram) são de sólido neoprene. Saias curtas, opacas com debruns refletivos e transpasse extra-sexy. O que mais?? Um contraponto para toda essa explícita modernidade são os vestidos negros, cavados e justos: uma
basque - levemente inflada - avança até as ancas, uma fenda corajosa avança até as coxas. É de um tudo! Recendem alta-costura. Meu momento perdição?? Esses bijoux, queridinha: colares "
magnifiques" (releitura de jóias milionárias), de "gemas" de cristal (na verdade - sinal dos tempos -, o cristal substituiu o diamante). Aiaiai, devem ser caríssimos, mas... resistir, quem pode?? Eu não.