Marcilio Moraes quer mexer com o público...

Redação Publicado em 25/11/2008, às 11h28 - Atualizado às 13h10

Marcilio Moraes - Arquivo Caras
O autor estará de volta à televisão com o seriado A Lei e o Crime, da Rede Record, que será protagonizado por Ângelo Paes Leme e Francisca Queiroz, como Nando e Catarina. Os 16 capítulos já estão sendo gravados e contam com o trabalho árduo do escritor, que passa os dias pensando e escrevendo o folhetim, que só terá estréia em janeiro de 2009 e será exibido às segundas-feiras. "Apesar do seriado ser semanal, tem me ocupado quase tanto tempo quanto uma novela, que é diária", contou. O seriado policial baseado em fatos do cotidiano e na imaginação de Moraes pode relembrar aos telespectadores outros trabalhos de Marcilio, por abordar a mesma temática da violência e tráfico de drogas, como Vida Opostas, no mesmo canal. "A trama de A Lei e o Crime é forte, vigorosa. Acredito que vai mexer com o público", disse em entrevista ao Portal CARAS. por Priscilla Comoti - O que os telespectadores podem esperar desta série? - Os espectadores vão encontrar em A Lei e o Crime, antes de tudo, uma dramaturgia muito bem elaborada. Nada está ali por acaso, tudo tem uma razão de ser. A história se constrói em cima dos conflitos dos personagens. A violência surge do embate entre os interesses vitais e opostos dos personagens. Não é violência pela violência. A série vai ter muita ação, muita emoção e vai abrir campo para algumas reflexões, de natureza existencial, jurídica, política, etc. - O que há de Marcilio Moraes na trama de A Lei e o Crime? - O que há de meu na trama de A Lei e o Crime é a minha maneira de ver o mundo, em particular o Brasil e o Rio de Janeiro; a minha dramaturgia, o meu jeito de contar uma história. O meu estilo, enfim. - E o que há de outros trabalhos seus, como Vidas Opostas, grande sucesso na Record, e até mesmo outras novelas feitas na Globo, como Roda de Fogo, por exemplo, que também mostravam de certa maneira a realidade da sociedade? - Curioso você lembrar Roda de Fogo. Foi uma novela que fiz em co-autoria com o Lauro César Muniz. E uma dos comentários que se fez na época é que era uma novela masculina. Em Vidas Opostas também ouvi dizerem isso. Talvez seja uma característica. Mas eu prefiro apontar a postura crítica como o elemento que junta esses trabalhos e que também será uma característica de A Lei e o Crime. - Você conhece alguém que já foi vítima da violência no Rio de Janeiro ou em São Paulo? - Posso dizer que conheço vítimas da violência desde criança. Mas mais diretamente, desde a juventude. Na ditadura tive vários conhecidos e amigos assassinados e torturados. Também conheço vítimas de assaltos nos dias de hoje, embora não tenha acontecido comigo. - Você acha que expor a realidade da violência na televisão vai ajudar a mudar a realidade do país? - Mudar a realidade através da arte é um velho sonho de muitos artistas. Minha geração vivenciou esta aspiração muito fortemente. Hoje não é uma proposta que esteja na moda. Os artistas se contentam em produzir bom entretenimento, o que já é muita coisa, diga-se. Mas no fundo, sempre há uma esperança de que se possa influenciar a realidade com o que se escreve. Não sou imune a esta aspiração, apesar de todo o ceticismo. - A trama poderá causar impacto no público? Como? - A trama de A Lei e o Crime é forte, vigorosa. Acredito que vai mexer com o público. Por exemplo, sempre se acusa a elite brasileira de ser alienada, de viver longe das mazelas da sociedade. Na minha série, a heroína é uma milionária, uma mulher da alta sociedade que se mete a enfrentar a violência urbana para construir um Brasil mais civilizado. Acredito que isso vá causar algum impacto.
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