Jandira Martini na luta contra o preconceito

<i>Por Priscilla Comoti</i><br><br> Publicado em 14/05/2009, às 18h57 - Atualizado em 15/05/2009, às 17h23

Puja (Jandira Martini) - TV Globo / João Miguel Júnior
A atriz, que faz a personagem Puja na novela Caminho das Índias, está aprendendo e ensinando muito com sua trama escrita por Glória Perez, principalmente ao mostrar o preconceito existente na Índia por causa do sistema de castas, que ainda é muito seguido na sociedade - nele, pessoas são divididas de acordo com as tradições hereditárias. Puja é uma Dalit, da menor casta indiana, na qual são considerados a poeira dos pés do Deus Brahma, sofrendo injustiças pelas pessoas de classificações superiores. Apesar do preconceito, a indiana não aceita a sua condição, achando que todos podem conviver bem, lutando pelos direitos dos também chamados intocáveis. "Eu já sabia que existiam as castas, que a sociedade era dividida, mas aprendi que o nome Dalit foi escolhido por essas pessoas, que significa reprimido, porque elas não estão somente nas margens da comunidade; elas realmente se sentem reprimidas. Eu acho importante abordar este tema, até pela resposta do público. As pessoas conversam comigo nas ruas, elas estão descobrindo a cultura da Índia, porque tudo é diferente para elas e para nós, atores, também. A história da Puja é um motivo de reflexão, para pensar na miséria, que também está presente no nosso país, no sistema das castas e no preconceito, que, na medida que é mostrado, você aprende com ele", contou a artista ao Portal CARAS. Na novela, Jandira recebe conselhos de Shankar (Lima Duarte), um Brâmane, considerado de casta superior: o sábio a orienta a tentar a vida na política, para poder ajudar os seus semelhantes, os dalits. A inspiração de tal história vem da vida real: No país asiático, uma mulher Dalit, Kumari Mayawati, conseguiu chegar ao governo do estado de Uttar Pradesh e agora concorre ao cargo de primeira-ministra, podendo ser a primeira mulher Dalit a ter o poder no país. "Não posso afirmar que ela seja inspirada na Kumari, mas o que a Glória Perez me passou no início da novela foi que existe uma governadora Dalit, que não é o primeiro Dalit a conseguir um cargo público na Índia, pois já teve um primeiro-ministro, mas ela poderia ser a primeira mulher. Ela é uma grande esperança." Para a atriz, Puja está sendo um grande desafio, mesmo após sua trajetória e com as diferenças com o cotidiano do Brasil, que ainda tem algumas semelhanças. "Como atriz, eu busco imaginar como seria o sentimento dos Dalits, que pensam que não são filhos de Deus e crescem acreditando nisso. Todos somos filhos de Deus, até os animais e as plantas. Para mim entender o lado reprimido e pobre deles é mais fácil, por ser mais real, e o lado da religiosidade e das crenças são mais difíceis porque é muito diferente do que nós conhecemos", disse, também contando sobre as suas pesquisas para montar esta indiana. "Eu vi documentários, li livros e conversei com os colegas que foram para a Índia, que me passaram o que viram na viagem. Sobre a governadora Kumari não existem livros, então tenho visto matérias na internet", finalizou.
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