Habitantes do México pré-colombiano que falavam o nauatle já conheciam o kakáwa, cacau em português...

...matéria-prima do chocolate, que hoje agrada gente de todo o mundo e de todas as idades - do jardim-de-infância, do alemão Kindergarten, jardim de crianças, até a velhice.

Deonísio da Silva Publicado em 30/01/2008, às 15h56

Deonísio da Silva -
Agente: do latim agente, declinação de agens, aquele que faz, do verbo agere, agir, fazer. Um dos mais conhecidos agentes é o "agente laranja", depois reduzido para "laranja" apenas, assim chamado porque oculta os verdadeiros autores de alguma coisa. A denominação provém da cor laranja dos tambores de um herbicida desfolhante, de uso militar. Na Guerra do Vietnã, a fumaça amarela desse tóxico era indício de que atrás dela viriam tropas e bombas mortíferas. Entre outros tantos, como o agente da passiva e o agente funerário, temos também a figura do agente literário ou artístico, que intermedia contratos de trabalho das empresas com escritores e artistas, e das extensões desses ofícios, que incluem o aproveitamento comercial do prestígio dos profissionais. Por exemplo: uma das primeiras vozes a apregoar no rádio a excelência do achocolatado Toddy era de Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d'Áurea Bengell, mais conhecida como Norma Bengell (72), atriz, cantora, cineasta e compositora. Na década seguinte, Norma, fazendo a prostituta Marli em O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte (87), brilhava no Festival de Cannes, na França, de onde o filme voltou com a Palma de Ouro, em 1962. Naquele ano, ela foi também a primeira a fazer um nu frontal no cinema brasileiro, em Os Cafajestes, de Ruy Guerra (76). O filme teve tal força que dali por diante, ao se pensar em cafajeste, se lembrava do ator Jece Valadão (1930-2006), que com Norma contracenava. Borracha: do espanhol borracha, odre para vinho. Na Amazônia, em áreas em que atuavam hispano-americanos, eram feitos odres com o látex, substância leitosa extraída da seringueira, assim chamada pois o produto foi primeiramente usado na fabricação de seringas, ensejando que o trabalhador fosse conhecido como seringueiro. A palavra borracha tornou-se, então, variante de cautchu, de káutxuk, pelo francês caoutchouc, vindo de uma língua indígena falada no Peru. Na língua portuguesa, as duas influências convivem harmoniosamente. Para consertar pneus gastos, o borracheiro faz recauchutagem, aplicando nova camada de borracha. E borracho designa também o bêbado. Já a borracha para apagar, vendida em pequenas peças ou acoplada na parte superior do lápis, chama-se rubber em inglês, de rub, esfregar. A borracha recebeu muitos usos, que não beneficiaram somente os motoristas, mas também os pedestres, com objetos como o tênis, originalmente um calçado para jogar croqué, do francês croquet, estendido depois a outros esportes, como o tênis, que prevaleceu na sua denominação. Cacau: do espanhol cacao. A origem remota é o nauatle kakáwa. O nauatle, língua indígena do México, da grande família uto-asteca, era das mais importantes da América pré-colombiana e ainda hoje é falada por quase 1 milhão de pessoas. É da semente do cacau que se faz o chocolate. Cacau tem também o sentido de dinheiro: "Aquele sujeito é cheio do cacau". O chocolate tornou-se tão presente na alimentação de crianças e adolescentes que algumas marcas de achocolatados passaram a designar o próprio produto, como é o caso de Toddy e Nescau. O nome da primeira foi inspirado numa bebida escocesa. O da segunda surgiu da junção de nes, primeira sílaba de Nestlé, e cao, a última de cacau, então escrito cacao, resultando em Nescáo. Muitos, porém, liam "nescão". Nos anos 1950, aproveitando a reforma ortográfica, a empresa mudou a marca para o nome atual. Jardim-de-infância: do alemão Kindergarten, jardim de crianças, estabelecimento destinado à educação de menores de 6 anos. O objetivo geral é prepará-los para o ensino fundamental, daí o sinônimo pré-escola. Por meio de exercícios e jogos, as crianças são levadas nesses ambientes a praticar certos atos e evitar outros, o que, no conjunto, ajuda a tornálas pequenos cidadãos ou cidadãs. O nome vem da idéia inicial do fundador do primeiro estabelecimento do gênero, criado em 1837, o professor alemão Frederico Guilherme Augusto Froebel (1782-1852). Ele acreditava que, como as plantas do jardim, as crianças mereciam delicadas atenções. Froebel revolucionou a pedagogia infantil, dando funções educativas a brinquedos, jogos, desenhos, danças, cantigas doda. Os ensinamentos eram passados também por meio de histórias. Por dar à liberdade das crianças função estratégica em sua pedagogia, seus ideais foram combatidos na antiga Prússia.
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