EM SEU ATELIÊ, O PINTOR PAULISTANO FALA SOBRE SUA TRAJETÓRIA DE SUCESSO, QUE INCLUI RETRATOS DE FAMOSOS E ESTÁ CONTADA EM LIVRO
Antes mesmo de falar, ele já se comunicava por meio do lápis. Aos 3 anos, rabiscava as paredes da casa com carvão de lareira. Já na escola, fazia caricaturas dos colegas. E o que no início soou como expressão de rebeldia revelou-se o pulsar artístico do paulistano
Gustavo Rosa (61), um dos mais prestigiados pintores contemporâneos do país. É no seu amplo ateliê/galeria localizado nos Jardins que ele exerce seu ofício e exibe suas obras.
"Acordo cedo para pintar. Para mim, a noite é inspiração; o dia, transformação", explica ele.
Incansável postulante da arte, Gustavo soma mais de 4 000 telas e lançou recentemente o livro
Gustavo Rosa - 40 Anos de Pintura, com texto e curadoria de
Paulo Klein (57). Entre as interessantes passagens registradas na obra uma chama a atenção: quando Gustavo tinha 17 anos, o pai,
Isaías Rosa (1909-1983), reconheceu seu talento e pediu para o filho vaga de desenhista na revista
Claudia, da Editora Abril. Ele foi, e não parou mais de pintar. Dois anos depois, expôs no Salão Interclubes de São Paulo.
"Hoje, prefiro fazer exposições particulares", declara o artista de traços lúdicos e coloridos, que levou sua arte ao Japão, à França, a Israel, à Alemanha e aos EUA.
Solteiro por convicção, sua companhia em casa e no ateliê - construções anexas - é a simpática vira-lata
Zazá.
"Já tive relações estáveis, mas uma família não permitiria a dedicação integral à arte", revela ele, que é grande admirador de
Pablo Picasso (1881-1973). Entre suas obras mais conhecidas, há retratos de famosos como o cantor
Roberto Carlos (66) e a apresentadora
Luciana Gimenez (37). Mas o artista não tem predileção por tema.
"Meus retratos são caricaturas. O principal é a pintura. Ela subsiste pois é mais forte que o ser humano", diz.
"Não acredito em rótulo ou crítica. Arte é feita para o espectador."