Etimologia

por Deonísio da Silva* Publicado em 26/10/2010, às 14h13 - Atualizado às 18h10

Etimologia -
Antífen: do grego antí, contra, e hyfen, junto, designando sinal conhecido popularmente como jogo da velha. É muito usado em revisão para separar palavras ou trechos que por engano estão justapostos ou colados uns nos outros. Está presente em teclados de computadores e telefones, cumprindo várias funções, mas ninguém conhece a tecla por antífen e, sim, por jogo da velha, do qual foram encontrados desenhos de tabuleiros em inscrições egípcias datadas de 1400 a.C. Em ruínas do século X a.C., no Sri Lanka, e em um navio dos vikings do ano 900, também havia indícios de que o jogo da velha era praticado. Passou a ser denominado jogo da velha pelo costume de inglesas idosas e míopes que, não podendo mais bordar ou costurar, permaneciam perto de filhas e noras enquanto elas faziam isso. Bico: do latim beccu, bico, principalmente o do galo. Existem misteriosas influências no significado de bico como segundo emprego ou ganho adicional de pouca monta, obtido após o expediente. No jogo de truco, algumas cartas, de menor valor, são chamadas bicos. No páli, idioma indo-ariano que se tornou língua religiosa na Birmânia, bhiku designa o monge budista que pede esmolas. O siamês pikku também tem este significado. No inglês, bico, como trabalho feito após o expediente, é chamado moonlight, luar, mas em geral aponta para trabalho clandestino ou ilícito. Colchetes: plural de colchete, do francês crochet, gancho, argola, pelo espanhol corchete, provavelmente mudando de "r" para "l" por hipercorreção. No plural designa conhecido par de sinais de pontuação, usados para isolar ou omitir palavras ou frases que não fazem parte da citação, mas que podem esclarecer melhor o que se escreve. Semelhantes aos parênteses, não são porém arredondados como esses, mas retos. Cláudio Moreno (64), romancista, ensaísta e professor das aulas teletransmitidas de Língua Portuguesa na Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, dá o seguinte exemplo de uso de colchetes, citando o escritor, professor e filósofo espanhol Fernando Savater (63), em Guia do Português Correto: Nova Ortografia: "Três décadas atrás [...] eu ostentava ideias claras sobre o Vietnã (os dois), o peronismo, Lumumba, a Albânia, os bororós e a chegada do homem à Lua. Conflitos entre árabes e judeus em territórios bíblicos não encerravam para mim nenhum segredo [...]. Agora mal me atrevo a opinar sobre aquilo que vivo e sofro diretamente. Por isso tenho um pouco de inveja e muita desconfiança de meus colegas intelectuais europeus e suas certezas [...]". Esconder: do latim abscondere, da mesma raiz de conduzir, pela presença do étimo condere, reunir, pôr junto, mas com o significado de tirar do grupo, tirar da presença, pela partícula "abs", posta no início da palavra para formar os antônimos: deixar de revelar, manter em segredo, coisas ou sentimentos, não permitir que seja percebido, ocultar. Dilma Rousseff (63) e José Serra (68), candidatos à presidência da República, têm tido em Fernando Henrique Cardoso (79) o pomo da discórdia. A primeira acusa o segundo de esconder o ex-presidente, por vergonha das privatizações. Ao que o senador eleito Aécio Neves (50) reagiu: "Se querem condenar as privatizações, estão dizendo a cada brasileiro que pegue o celular e jogue na lata de lixo". Verde: do latim virides, verde. Passou a ter diversos significados, a começar pela cor, alguns deles denotativos, reais, outros conotativos, do plano das comparações. O verde das florestas tem valor positivo, hoje, mas foi, em passado recente, tido como um atrapalho para os colonizadores, levando-os a derrubadas e grandes incêndios. Sem áreas verdes, as cidades tornam-se hostis à vida humana e animal, daí ter surgido uma agremiação política mais preocupada com a preservação da natureza, o Partido Verde (PV), que teve a terceira maior votação nas eleições presidenciais. Marina Silva (52) disputou a presidência da República, mas não foi ao segundo turno. Chegou em terceiro lugar, com cerca de 20% dos votos. Verde é também a cor do terror, metáfora criada por Hollywood em inúmeros filmes. E temos ainda a expressão "jogar verde para colher maduro", indicadora de que a pessoa fala uma coisa, lançando uma hipótese, querendo com isso ouvir palavras que a confirmem ou neguem.
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