Estresse e ansiedade podem causar a síndrome do intestino irritável

por <b>Bruno Zilberstein</b>* Publicado em 10/11/2009, às 21h57

Às vésperas de um acontecimento relacionado a forte carga emocional - como uma prova de vestibular, o próprio casamento ou mudanças no trabalho -, há quem sinta mais do que um "friozinho" na barriga e seja surpreendido por uma diarréia. Isso ocorre porque as sensações que nos deixam excitados, aflitos ou ansiosos também liberam, naturalmente, impulsos nervosos e hormônios capazes de provocar, entre outras reações, desequilíbrio no funcionamento intestinal. Se a situação ocorre eventualmente, tudo bem. O problema é que o estilo de vida atual, marcado por estresse diário, e o crescimento dos casos de ansiedade e depressão favorecem a repetição desses sintomas a ponto de transformá-los num distúrbio crônico: a síndrome do intestino (ou cólon) irritável. Ela se instala quando movimentos de contração e relaxamento do intestino grosso (órgão que tem a função de dar forma e consistência às fezes) são alterados com tanta frequência que a pessoa está sempre com gases, cólicas, dores abdominais, além de episódios, alternados ou não, de prisão de ventre e diarréia. São sintomas que causam desconforto e também irritação - alimentando o círculo de reações orgânicas que os provocam. Estima-se que algo como 20% da população mundial sofra da síndrome, que chega a ser até duas vezes mais comum em mulheres, especialmente após os 40 anos, e entre povos historicamente conhecidos pelas dificuldades em lidar com as emoções. A Inglaterra, por exemplo, com sua população mais contida, é campeã em doenças intestinais. O diagnóstico, feito por cirurgiões do aparelho digestivo, gastroenterologistas e coloproctologistas, se baseia na análise do histórico clínico do paciente e em exames de sangue ou outros, mais específicos, como a colonoscopia, para descartar causas orgânicas (tumores ou outras doenças do aparelho digestivo) para os sintomas. Desde que, há cerca de 20 anos, a medicina reconheceu a origem emocional da síndrome, diagnóstico e tratamento têm sido mais eficazes. O tratamento começa com uma dieta que tem como princípio o bom senso, porque tira do cardápio alimentos que podem agravar o quadro, ao "soltar" ou "prender" o intestino. Medicamentos podem ajudar a controlar as dores (analgésicos), os movimentos do intestino grosso (antiespasmódicos) e equilibrar o humor do paciente (antidepressivos, calmantes ou ansiolíticos). Há quem melhore com psicoterapia, psicanálise ou outra terapia que colabore para aliviar as pressões diárias e para mudar a postura diante da vida. Atividades físicas, a prática de ioga ou uma antecipação das férias também costumam apresentar resultados satisfatórios. No primeiro momento, a pessoa reluta, mas, quando ela finalmente aceita que sua forma de lidar com as emoções pode afetar a saúde, começa a se cuidar. Isso é fundamental para evitar complicações, como a formação de úlceras na região do cólon (intestino grosso, reto e ânus), que não só podem aumentar os incômodos como causar sangramentos. Além de aliviar os sintomas, a mudança de comportamento tem um ótimo efeito colateral: os pacientes reaprendem a viver e passam a dar valor somente àquilo que realmente importa para eles.
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