Diverticulite manifesta-se mais em quem tem dieta com poucas fibras

Angelita Habr-Gama Publicado em 08/03/2006, às 17h46

Angelita Habr-Gama -
Diverticulite é a inflamação dos divertículos, hérnias (bolsas) que se formam no tubo digestivo. Embora raro, as pessoas já podem nascer com divertículos; o mais comum, porém,é que se desenvolvam ao longo da vida. Podem ocorrer em todo o tubo digestivo, isto é, na faringe, no esôfago, duodeno, intestino delgado e intestino grosso. Mas são mais comuns no intestino grosso. Esse último segmento compõe-se de cólon, reto e ânus. Os divertículos formam-se em especial no sigmóide, porção final do cólon. Resultam do fato de que este segmento é fino, tem paredes espessas e por ele passam fezes endurecidas. Se forem feitos exames de raios X se poderá observar que 60% da população acima dos 60 anos tem divertículos no cólon - o que é chamado de diverticulose - e não apresenta sintomas. O fenômeno ocorre igualmente nos dois sexos. Deve-se sobretudo a uma dieta pobre em fibras e à maior expectativa de vida média da população, que, naturalmente, com o passar do tempo, sofre um enfraquecimento dos músculos da parede do cólon. As fibras ajudam a criar maior volume fecal, facilitando o funcionamento do intestino. Nas dietas ricas em carboidratos e proteínas, em que não há fibras para carrear o bolo fecal, a pressão interna no intestino aumenta, favorecendo a formação de hérnias. Isso vem ocorrendo ultimamente em especial no Ocidente, com o aumento do consumo de fast foods, pobres em fibras. A conseqüência é o aumento da incidência de diverticulite já a partir da quarta década de vida. Estão mais suscetíveis indivíduos obesos, estressados e os que sofrem de obstipação intestinal. Por volta de dois terços dos portadores de divertículos passam a vida inteira sem problemas. Os demais podem ter sintomas que vão da simples presença de gases, dores vagas, distensão abdominal e alteração do ritmo intestinal, até os quadros agudos em conseqüência da inflamação. A diverticulite aguda ocorre pela inflamação de um ou mais divertículos, devido à retenção de fezes nas hérnias e a proliferação das bactérias. O sintoma da diverticulite aguda é dor abdominal em geral do lado esquerdo. Às vezes o doente sente também dor reflexa do lado direito, que pode ser confundida com apendicite aguda (inflamação do apêndice). Ocorrem ainda, de acordo com a intensidade da infecção, febre e distensão abdominal. A diverticulite aguda é classificada em complicada e não complicada. Complicada é quando existe o risco de perfuração, com a formação de abscesso (bolsa de pus) no local; do aparecimento de fístula, isto é, comunicação com órgãos, principalmente a bexiga; ou de infecção maior, que é a inflamação do peritônio. A peritonite pode ser localizada ou generalizada, com a saída de pus ou fezes do cólon para o interior da cavidade abdominal, o que é grave. Identifica-se a diverticulite aguda com exames de imagem. Fora dessa fase, realiza-se colonoscopia (exame visual do interior do cólon) ou enema opaco (chapa com líquido de contraste). Com esses dois exames se descartam males como câncer e se confirma a diverticulite. Em geral o tratamento da diverticulite aguda é clínico, feito principalmente com antibióticos. Indica-se cirurgia na forma aguda complicada; quando há repetição dos episódios de diverticulite aguda; ou se a doença se torna crônica, com o progressivo espessamento, deformidade e estreitamento da parede do cólon. A cirurgia cura a doença. Consiste na retirada do sigmóide e ligamento das extremidades intestinais. Pode ser realizada por laparotomia (abertura do abdome) ou laparoscopia: fazem-se apenas quatro a cinco pequenos furos pelos quais passa o equipamento cirúrgico. O ideal, claro, é a prevenção. É possível evitar a diverticulite com algumas medidas práticas. Aumente o consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes, aveia e farelo de aveia; controle a obesidade e o stress; e faça exercícios físicos pelo menos três vezes por semana.
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