Diagnóstico da síndrome de Down na gravidez ficou bem mais seguro

Denise Araújo Lapa Pedreira (CRM 59174). Publicado em 02/09/2008, às 14h54 - Atualizado em 25/06/2012, às 12h29

Denise Araújo Lapa Pedreira -
Pense nas mulheres próximas a você - parentes, amigas, colegas, vizinhas - que engravidaram nos últimos anos. Aposto que várias tinham na ocasião mais de 35 anos. É que cresce o número de mulheres que posterga a maternidade. Elas o fazem por vários motivos, mas principalmente porque querem se realizar na profissão e ter estabilidade financeira antes de formar uma família. O problema é que a partir dos 35 anos o risco de ter um bebê com alterações genéticas cresce progressivamente. A síndrome de Down é a mais freqüente dessas alterações. A idade do pai também pesa, em especial se ele tem mais de 50 anos. Em 91% dos casos da síndrome a origem é materna; em 9%, paterna. E, aí, como conciliar realização pessoal com a biologia feminina? Até pouco tempo atrás, a biópsia do vilo-corial e a amniocentese eram os únicos exames capazes de confirmar se o feto tinha alterações genéticas. Para realizálos, através do abdome da mãe e guiado por ultra-sonografia, o médico faz punções e coleta material fetal para análise. Na amniocentese, coleta do líquido amniótico, geralmente a partir da 15a semana de gestação. Na biópsia do vilo-corial, retira um fragmento da placenta entre a 11a e a 14a semanas. Têm 99% de chance de acerto. Porém, são procedimentos invasivos, com risco de aborto de 1%. Por isso, eram indicados apenas a mulheres de alto risco. Hoje, já é possível rastrear a síndrome de Down sem submeter o feto a perigos desnecessários. Basta combinar estes exames: Translucência nucal - É uma ultrasonografia feita preferencialmente entre a 12a e a 13a semanas para medir a prega da nuca do bebê, que deve ter entre 2,3 e 2,6 milímetros. Se ele tiver Down ou outras alterações genéticas graves, a prega estará aumentada. Outros "marcadores" anatômicos - O osso nasal do bebê com Down demora a ser visto no ultra-som, pois ele tem nariz chato. Apresenta também regurgitação na válvula tricúspide do coração. Durante as contrações cardíacas, a válvula não fecha por completo e deixa o sangue passar no sentido inverso. Perfil bioquímico materno - Consiste em dois exames colhidos no sangue da mãe: a proteína plasmática associada à gestação (PAPP-A) e a fração livre do beta HCG (gonadrotrofina coriônica humana). São proteínas produzidas durante a gravidez, pelo feto e pela placenta. Nos bebês afetados, a PAPP-A está reduzida e o beta HCG, aumentado. O exame pode ser feito entre a 10a e a 14a semanas, porém o ideal é realizá-lo entre a 10a e a 11a semanas. Associados, esses exames permitem diagnosticar até 98% dos casos de síndrome de Down. Detectam ainda 94% das trissomias 13 e 18, raras e graves alterações genéticas, que costumam ser fatais nos primeiros meses de vida. Por isso, os indicamos hoje a todas as gestantes, independentemente da idade. É que, embora ela aumente a probabilidade da doença, o risco atinge casais de qualquer faixa etária: cerca de 70% dos bebês com Down nascem de mulheres com menos de 35, já que 90% das gestações ocorrem nessa fase. Importante saber: exames alterados não significam, obrigatoriamente, que há doença genética. Indicam apenas que a amniocentese ou o vilo-corial devem ser feitos. Na maioria dos casos, os resultados são normais e só trazem tranqüilidade ao casal.
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